ATA
DA SESSÃO SOLENE DE POSSE DA DIRETORIA DA ACADEMIA FORTALEZENSE DE LETRAS PARA
O BIÊNIO
2018-2020
No dia três de outubro de 2018, às 19h:30,
reuniu-se, em sessão solene, a Academia Fortalezense de Letras, no Salão Nobre
do Palácio da Luz, à Rua do Rosário, nº 01, Centro, Fortaleza – Ceará, com a
presença dos acadêmicos efetivos Fernanda Quinderé, Giselda Medeiros, Révia
Herculano, Seridião Montenegro, Luisa Bomfim, Vicente Alencar, Ubiratan Aguiar,
Cybele Pontes, Geraldo Jesuíno, Beatriz Alcântara, Regina Fiúza, Constança
Távora, Leda Maria, Eduardo Fontes, Irapuan Aguiar, Antônio Colaço, Celma
Prata, João Soares Neto, Jeff Peixoto, José Augusto Bezerra, Artur Bruno,
Gizela Nunes da Costa, e dos integrantes do Quadro de Honra, Juarez Leitão e
Suzana Ribeiro.
Justificaram as ausências, por motivos de
força maior, Cid Carvalho, presidente de honra da AFL, Graça Fonteles, Tales de
Sá Cavalcante, Regis Frota, Roberto Ribeiro e Lúcia Lustosa da Costa.
A Mestra de Cerimônias, confreira Regina Fiúza, anunciou a
composição da Mesa, com a Presidente Fernanda Quinderé ao centro, tendo à sua
esquerda o Presidente da Academia Cearense de Letras, Ubiratan Diniz de Aguiar,
a Presidente da Sociedade Amigas do Livro, Celma Prata e o Presidente da
Academia Cearense de Medicina, Djacir Guedes de Figueiredo, e, à sua direita, o
Presidente eleito da AFL Seridião Correia Montenegro, o Presidente da
Associação Brasileira de Bibliófilos, representando o Instituto do Ceará, José
Augusto Bezerra, e Luiz
Gonzaga da Fonseca Mota, da Livraria de Escritores Cearense. Em seguida, citou os nomes dos presidentes
de academias de letras presentes.
A
Presidente Fernanda Quinderé deu início à reunião saudando os componentes da
mesa e, em especial, o presidente da Academia Cearense de Letras, Ubiratan
Diniz de Aguiar, os presidentes das demais academias e entidades culturais, os
membros da Academia Fortalezense de Letras e os que fizeram parte de sua
diretoria nos dois mandatos, enfatizando que todos ajudaram a academia a
cumprir os seus objetivos, tendo como meta andar para frente. Disse que “olhar para trás, somente
para não esquecer aqueles que nos inspiraram e nos abriram portas e nos acenderam
as luzes do futuro”. Em seguida, agradeceu a parceria feita com a Organização Educacional Farias Brito, na pessoa do Presidente Tales Sá
Cavalcante, da qual resultou
a construção da biblioteca da AFL, a inauguração do Largo da Poesia, espaço
aberto à frente da biblioteca, dedicado aos abençoados pela arte da escrita e
ao Príncipe dos Poetas Cear Arthur Eduardo Benevides.
Lembrou
que, nesses quatro anos, reorganizou o quadro de sócios honorários e deu continuidade ao projeto Literar. Mencionou
a desistência dos companheiros: Ednilo Soárez, que cedeu o lugar para Tales de
Sá Cavalcante; Maria do Carmo, para Genuíno Sales; e Inês Figueiredo, para Maria Luiza Bonfim,
e que foram elevados ao quadro de honra: Juarez Leitão, cedendo lugar a Maria
das Graças e Suzana Ribeiro, a Geraldo Jesuíno.
Lamentou o desaparecimento de Aila da
Costa Ribeiro, dando lugar a Celma Prata; Francisco Lima Freitas a Arthur Bruno;
Teodoro Soares a Irapuan Aguiar. E lembrou que, recentemente, foram para onde
os espíritos de luz os levaram: Rita de Cassia Araújo, Mauricio Benevides e Genuíno
Sales.
Concluiu dizendo: “Encerro as duas gestões
que me foram confiadas, com algo que se aligeira em mim, e, com toda a
humildade que eu possa ter, passo às mãos do novo presidente, eleito por
unanimidade, Seridião Montenegro, as chaves do nosso futuro acadêmico, como se
abríssemos a porta de um novo tempo, iluminado por bênçãos e por muita
inspiração” e citou o poeta Fernando Pessoa: “O essencial é saber ver. Saber
ver sem estar a pensar”.
Em seguida, declarou empossado como
presidente da Academia Fortalezense de Letras Seridião Correia Montenegro, com
quem trocou de lugar.
Com a palavra, o presidente Seridião
Montenegro solicitou que os componentes da nova diretoria ficassem de pé e
declarou empossados, como Vice-presidente, Antônio Colaço Martins; como Secretário
Geral, Giselda de Medeiros Albuquerque; como 1º Secretário, Irapuan Diniz de
Aguiar; como 2º Secretário, Eduardo Humberto Fontes; como 1º Tesoureiro, Maria
Luísa Bomfim; como 2º Tesoureiro, Lúcia Maria Lustosa da Costa Martins; como Diretora
de Cultura, Maria Beatriz Rosário de Alcântara; como Diretor de Publicação,
Geraldo Jesuíno; como Diretor de Comunicação, Leda Maria Feitosa Souto e como Diretor
de Relações Públicas, Antônio Vicente Alencar.
A mestra de cerimônia Regina Fiúza
anunciou então a palavra do novo presidente da AFL, Seridião Montenegro, que,
inicialmente, pediu vênia para quebrar o protocolo e prestar uma rápida e
singela homenagem a sua mãe, Maria Hilma Correia Montenegro, que no dia 7 de
outubro estaria completando cem anos, “agradecendo a Deus pela oportunidade de
ter nascido numa família em que a honra, a dignidade, o culto à verdade e a
devoção ao trabalho, foram os valores transcendentais transmitidos aos
descendentes e o amor aos estudos e aos livros, o meio de alcançá-los”.
Sobre sua mãe, disse que, no curso de sua
vida, ela se dedicou ao estudo da história e, de forma incansável, às
atividades do magistério, à pesquisa e à literatura, tendo participado de
diversas academias e entidades literárias e que, embora tenha publicado apenas
um livro, “Na Esplanada da História”, deixou inúmeros e valiosos trabalhos
inéditos, que foram, depois de pesquisa exaustiva, reunidos num livro dedicado
à sua memória, juntamente com crônicas e poesias em sua homenagem, escritas por
filhos, neta, sobrinho, primos, amigos e colegas das entidades de que
participava: a Ala Feminina da Casa de Juvenal Galeno, que ela presidiu por
quatro anos, a Academia de Letras dos Municípios do Estado do Ceará - ALMECE e
a Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil – AJEB Ceará.
Sobre o novo livro - “Hilma Montenegro –
Na Esplanada da Vida” - organizado por ele, disse que “não se trata de um
simples relato de sua vida, mas uma obra literária, que retrata, de forma muito
fiel, o perfil de uma mulher lutadora e determinada, simples, leal, e humilde,
mas de uma grandeza moral e intelectual incomparáveis, a quem eu e meus irmãos
devemos a vida, mas principalmente a educação e a formação moral, que nos
permitiram caminhar passo a passo, subindo degrau por degrau, na escalada dessa
imensa montanha que é a vida, para conquistar os nossos sonhos e realizar as
mais sublimes aspirações de nossas existências.”
E finalizou a homenagem dizendo: “Quero dedicar
à minha querida mãe, Maria Hilma Correia Montenegro, no seu centenário, este
solene e gratificante momento da minha vida”.
Fez em seguida a saudação aos componentes
da mesa, aos confrades e confreiras, aos integrantes da nova diretoria da AFL,
aos presidentes e membros de academias e entidades literárias, às autoridades,
colegas, amigos e parentes, destacando a presença dos filhos: Cecília, David,
Seridião Filho, Daniel, Camila e Thiago, e do neto Arthur, representando os
netos ausentes, lamentando a ausência da filha, Maria Tereza, que não pôde
comparecer.
Iniciou seu discurso voltando o olhar para
o passado e se deixando “envolver pela visão caleidoscópica da História para, a
partir da origem da humanidade e da dispersão dos povos, contemplar em
imaginação momentos marcantes de sua evolução, em que a força criadora do homem
reveza as mais geniais descobertas científicas e tecnológicas, capazes de
salvar o gênero humano do extermínio e da morte e prolongar o seu ciclo de
vida, com terríveis ações de cruel destruição, na produção de letais
instrumentos bélicos e em frequentes e devastadoras guerras, que marcaram o
destino da humanidade”. Nessa contemplação do passado, imaginou como seria a
vida, na atualidade, sem a descoberta da roda, da corda, da pólvora, do vidro,
da lâmpada, das medidas do tempo, da bússola, do telefone, da fotografia, da
televisão, do computador e da internet, que viabilizou a instantaneidade das
comunicações, inclusive pela utilização das redes sociais. E indagou em que
patamar estariam as ciências, as artes e a literatura sem a descoberta do
papiro, dos pergaminhos e da prensa, sem a criação dos símbolos pictográficos,
que ensejaram o surgimento dos alfabetos, e sem os livros, companheiros da
escrita, que tiveram grande importância para a realização dos registros
históricos, a compilação das leis, a divulgação das ideias e o registro e
acumulação dos conhecimentos que nos foram legados por cientistas e filósofos,
no curso dos séculos. Imaginou-se numa viagem no tempo e no espaço, em uma
hipotética visita a Atenas, para um encontro, no mundo anímico, com Platão, a
fim de haurir alguns de seus ensinamentos sobre a filosofia da verdade, da
moral e da beleza, favoráveis ao desenvolvimento das coisas do espírito. E
disse que a academia idealizada por esse genial pensador grego “desabrochou na
riqueza de uma floração maravilhosa, semeando aqui e alhures um sem-número de
Jardins de Academus”, como a nossa luminosa Academia Fortalezense de Letras. E citou
o amigo e confrade José Augusto Bezerra, que, no discurso de posse na Academia
Cearense de Letras, disse: “em todo o mundo e com o mesmo nome inicial, cada
Academia tem sido uma recriação espiritual daquele longínquo momento em que
alguns se reuniram, por entre um jardim, que os inspirava, uma casa que os
abrigava e uma biblioteca que os orientava”.
O presidente da Academia Fortalezense de
Letras declarou que considerava um imperativo indeclinável lançar um olhar
retrospectivo sobre sua história, desde a fundação em 14 de junho de 2002 e
formular alguns agradecimentos, atendendo à sábia recomendação do poeta romano
Virgílio, grande expoente da literatura latina, que disse: “Enquanto os rios
correrem para o mar, os montes fizerem sombra aos vales e as estrelas fulgirem
no firmamento, deve durar a recordação do benefício recebido na mente do homem
reconhecido”. Disse então que não poderia deixar de registrar, nesse momento
solene, o agradecimento aos idealizados da nossa academia, Matusahila de Sousa
Santiago e José Luís Lira e aos demais fundadores da Academia Fortalezense de
Letras, que conseguiram gerar, desde sua criação, uma academia forte, pujante,
intimorata e vibrante, congregando poetas e intelectuais, dentre os maiores
expoentes da elite cultural e literária do nosso Estado. Seridião homenageou os
seus antecessores, que ajudaram a consolidar e tornar cada vez mais altaneira e
dinâmica essa academia, os ex-presidentes Cid Saboia de Carvalho, Cybele
Valente Pontes, Ednilo Soárez, João Soares Neto, Lúcia Maria Lustosa da Costa
Martins, Gizela Nunes da Costa e Fernanda Maria Romero Quinderé. À presidente
Fernanda Quinderé, fez uma homenagem especial pelo trabalho admirável que
realizou nos seus quatro anos de administração, quando firmou oportuna e
produtiva parceria com a Organização Educacional Farias Brito, que erigiu, no
recinto de sua Faculdade, as instalações físicas da nossa biblioteca, nos
disponibilizou o auditório “Espaço da Palavra”, nos cedeu em momentos especiais
e, por ocasião da abertura do Encontro de Escrita e Leitura - LITERAR, o Teatro
Nadir Papi de Saboia, e construiu o “Largo da Poesia”, em homenagem ao Príncipe
dos Poetas Cearenses, Artur Eduardo Benevides, e a todos os inspirados poetas
da AFL e do nosso Estado. Agradeceu ainda à ex-presidente Fernanda Quinderé,
por lhe ter confiado, nos quatro anos de sua administração, a 1.ª secretaria da
academia, e por ter indicado o seu nome para concorrer à presidência desta
importante agremiação literária. Formulou também o agradecimento sincero, na
pessoa de seu Presidente Ubiratan Diniz de Aguiar, à Academia Cearense de
Letras, academia-mãe de todas as academias cearenses, que, desde 2002, nos
acolhe neste templo sagrado da cultura e do saber. Finalmente, agradeceu aos
companheiros que o elegeram e aos que aceitaram participar da nova diretoria da
AFL, “no cumprimento da missão institucional a nós confiada, pelos próximos
dois anos”.
O presidente Seridião Montenegro prestou
ainda uma saudosa homenagem aos confrades e confreiras, que, no curso desses 16
anos, desde a fundação, nos deixaram para entrar na eternidade: Aíla da Costa
Ribeiro Pereira, Francisco Lima Freitas, José Maria Barros Pinho, Cláudio
Roberto de Abreu Pereira, José Telles da Silva, Marcelo Caracas Linhares,
Orlando Leite Ribeiro, José Teodoro Soares e, mais recentemente, a brilhante
poetisa Rita de Cássia Araújo, o grande mestre da oratória e incansável cultor
da música, Maurício Cabral Benevides, o menino simples e humilde do interior do
Piauí, que conquistou o Ceará e se tornou um baluarte da literatura e do
magistério no nosso Estado, o sempre bem-humorado Genuíno Sales, e o acadêmico
honorário, inspirado ficcionista e ensaísta brasileiro, o iluminado poeta da
Estrela Azul, Horácio Dídimo.
Em seguida afirmou: “Volto os meus olhos
para o futuro, cheio de esperanças, encarando a enorme responsabilidade que se
nos apresenta, a mim e aos valorosos companheiros de diretoria, que comigo
terão o encargo de dirigir os destinos da nossa academia. Nós, que formamos a
elite intelectual da nossa cidade, temos a obrigação de, nos nossos escritos,
nas nossas poesias e na nossa atuação acadêmica, lutar por um mundo melhor,
pela melhoria das condições de vida das camadas mais pobres da população,
facilitando-lhes o acesso à educação e à sua participação nas atividades
culturais, e procurando incentivar os jovens a se dedicarem aos estudos como
forma de superar e vencer as barreiras das desigualdades e da falta de
oportunidades”.
Declarou a sua entusiástica adesão ao
brado de alerta formulado pelo Presidente da Academia Cearense de Letras,
Ubiratan Diniz de Aguiar, no último dia 08 de agosto, quando liderou movimento
partilhado com as academias de letras e demais entidades culturais do nosso
Estado, exigindo dos responsáveis pela formulação das políticas públicas
tratamento mais digno para a cultura. Afirmou que, ao aceitar o desafio de
presidir a AFL, acalenta sonhos e ideias e planeja a execução de projetos, que lhe
permitam dar continuidade ao trabalho de valorização e engrandecimento da AFL,
na linha do que vem sendo realizado nas administrações anteriores.
Ao encerrar o seu discurso citou as
palavras do escritor espanhol Antônio Hernandez, no livro “Algo de minha Vida”:
“Quem sonha sem lutar não alcança. Quem
luta sem sonhar não vive.” E acrescentou: “Quero que a grandeza dessa
verdade genial norteie a nossa atuação, na presidência da Academia Fortalezense
de Letras, nos próximos dois anos, e nos faça vivenciar a translúcida e
luminosa existência de um lutador, que sonhou para viver, e de um sonhador, que
lutou para alcançar o seu destino.”
O presidente Seridião Montenegro encerrou
a solenidade, agradecendo a presença de todos e convidando para o coquetel por
ele oferecido aos presentes.
E nada mais havendo a tratar, lavrei a
presente ata, que, aprovada, será assinada por mim, Irapuan Aguiar, 1.º
secretário, e pelo presidente Seridião Montenegro.
Fortaleza, 03 de outubro de 2018
Seridião
Correia Montenegro
Presidente
Irapuan Diniz de Aguiar
1º Secretário
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