Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

terça-feira, 2 de junho de 2015

IBDL 02/06/2015

 INSTITUTO BRASILEIRO DE DIVULGAÇÃO LITERÁRIA
                    Fundado em 01 de março de 2009



"Quando entraste em mim
O mar inteiro invadiu-me.
Todos os peixes, os moluscos, os mariscos,
tragaram-me naquela cópula marinha".
Poetisa Hermínia Lima.
     

O SILÊNCIO DA CASA
Yolanda Montenegro
(Do Clube dos Poetas de Fortaleza).

A casa está silenciosa.
Todos dormem.
Somente o gemido do vento
açoita as coisas vivas,
envivece os corações alertas
despertando pensamentos
de passadas alegrias:
Festas - amigos todos chegando,
presenças de prazer e emoção.

Os vestidos de renda, colares e anéis
e os olhares dos jovens moços
e a música daqueles tempos idos
imprevisíveis aos que despertam os seus acordes
e a casa silenciosa dorme
deixando em mim a nostalgia,
mas também a certeza de ter vivido
um passado feliz e não está morta
ou esquecida dos momentos que se foram...
Agora a casa dorme e espalha silencio.


CIGARRO - INIMIGO DA SAÚDE E DO BOLSO!


VIVER
Vicente Alencar
(Da Academia Fortalezense de Letras)

Ando sob frondosas
árvores.
A floresta da VIDA
é a minha força.
Vivo a beleza do verde,
o arrulhar suave das aves
o cantar dos riachos.
Vivo a beleza da vida!


TERÇA-FEIRA EM PROSA E VERSO - NA SEGUNDA
TERÇA-FEIRA DE CADA MÊS DAS  19h30min às 
21h30min na ACADEMIA CEARENSE DE LETRAS.


MENINA DO ALPENDRE
Giselda Medeiros
(Da Academia Cearense de Letras)

AMOR:
Teu nome é desassossego.
Teu cetro tem forma obscura.
Teu reino é sempre invisível.
Tua arma e brasão, tatuagens, 
tatuadas nos rostos dos anjos
com asas sutis de demônios.
Vês! A menina no alpendre
sonha contigo. E o que fazes?
Passas por ela enlevado
no teu corcel agílimo de nuvens
a cavalgar
a cavalgar...
E quem te consegue deter,
sem que não sinta nos olhos
arderem confusas labaredas?!

E a menina do alpendre
já tem queimada a retina.
Tem piedade dela, AMOR!


FESTA
Tereza Porto
(Da Associação de Jornalistas
e Escritoras do Brasil-AJEB).

Esta linguagem intimista
Me faz abrir as portas
E devassar aposentos
Antes não protegidos
Pelo pudor.

Minha alma fala
brada, grita
e nem sei se o som
vai atingir os ouvidos
surdos da multidão.

Minha mente despudorada
se abre em festa,
e nela comemoro
o fim de tudo
e o inicio de algo
que nem a expectativa
é capaz de imaginar:
Somente o desconhecido
E só...

O BRASIL SEGUIU O PADRÃO FIFA. DEU NO QUE DEU.


TRAPÉZIO
Carlos Augusto Viana
(Da Academia Cearense da Língua 
Portuguesa).
    
Tombam sobre a mesa
as folhas de papel;
em seus ramos sem nervuras,
as veias sequíssimas
do mel que água os alimentos.
E o que me falam
só encontra varanda
na vertigem do silêncio.

DUAS FACES 
Neide Azevedo Lopes
(Da Academia Cearense da Língua Portuguesa).

Nesta face risonha, cristalina,
sou tua amada, sou alma liberta.
A que te busca, cata e ilumina
A que te rouba, e se mantém alerta.  

Na outra face sou figura estranha.
A fugidia e, em saudade infinda,
Finge alegria, que em meu ser se entranha,
Espreita amor. Em vão, este se finda.

Mas, se uma face é dor, é agonia,
a outra canta, e evolui, e voa.
Se aquela vive em plena letargia.

Esta resplande inquieta de magia;
se uma mente para o mundo à toa
A outra vive em plena idolatria.


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