Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

quarta-feira, 10 de junho de 2015

“ÁGUA INESGOTÁVEL“

Caros amigos                                                                                     
Envio-lhes este artigo intitulado “ÁGUA INESGOTÁVEL“, sem dúvida,  um belo e promissor título. Mas o leitor vai se decepcionar, quando de sua leitura, porque a realidade é bem outra. Estamos no quarto ano de seca. Dos 184 municípios do Ceará apenas 6 estão sem problema de falta de água. A conjuntura é crítica. Neste artigo, faço algumas  indagações: “O que fez a COGERH para evitar esta situação? Como, em apenas seis anos, aquela empresa conseguiu esgotar os 18 bilhões de metros cúbicos de água acumulados nos açudes do estado do Ceará? Porque,  em 2009, todo eles  sangraram, portanto estavam cheios.  Uma das mais alardeadas e elogiadas ações daquela companhia, em função da  “gestão da água no território cearense”, tem sido  a venda da água dos açudes do DNOCS. Com isso, passavam-nos a impressão de que a questão da seca no estado do Ceará estava equacionada. Essa foi a grande solução (?)  encontrada pela COGERH... Mas vender a água para que e para quem? Quem teve essa luminosa ideia?  Cássio 

Veículo: Diário do Nordeste Cidade: Fortaleza Editoria: Opinião Coluna: Jornalista: Data: 01/06/15 Pág. 2 Cm/col: 28 Tipo de mídia:Impresso

Água inesgotável 
Li no editorial deste jornal do último dia 22 que, em função da estiagem prolongada que atinge o Estado do Ceará, já "se discute a dessalinização da água do mar para o suprimento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém e para a Região Metropolitana de Fortaleza". Gostaria de saber o que a Cogerh fez nestes últimos seis anos com o imenso potencial de água existente na área que abrange a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), incluindo os Açudes Orós e Banabuiú, os quais oferecem uma vazão regularizada de 23 m/s, acrescido de mais 10 m/s do Açude Castanhão, que sangrou pela última vez em 2009. No total, existe disponível na RMF algo em torno de 40 m/s que deveria ter sido administrado criteriosamente pela Cogerh, mas que se preocupou mais em vender a água, de forma indiscriminada, do que racionalizar o seu uso. Para se ter uma ideia, o Sistema Cantareira, em São Paulo, tem uma vazão de 50 m/s para atender uma população de 10 milhões de pessoas. Pergunto: como a Cogerh, em seis anos, conseguiu esgotar 18 bilhões de m de água acumulada no Ceará, no ano de 2009, quando todos os açudes estavam cheios? Para a Secretaria de Recursos Hídricos e a Cogerh, o Açude Castanhão teria uma vazão regularizada de 30 m/s . Em função disto, era voz corrente que o Ceará tinha água abundante e inesgotável. Estes quatro anos de seca mostrou exatamente o contrário. Todos nós estávamos enganados ou fomos enganados. Agora se diz que o referido açude só dispõe, de apenas 10 m/s, inferior a do Orós que é de 12 m/s, apesar deste ser 2,5 vezes menor do que aquele. 
CÁSSIO BORGES 
Engenheiro civil

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