INSTITUTO CEARENSE DE CULTURA
PORTUGUESA
Fundado em 01 de junho de 1992
Fortaleza - Ceará
ALMA EM CORPO OITO COMPLETANDO 50 ANOS
Quando vi pela primeira vez o livro Alma em Corpo Oito
do Jornalista João Jacques senti contagiante alegria
pois lembrou-me imediatamente meus primeiros anos de jornal na Gazeta de Notícias ao finasl da década de sessenta.
O corpo oito, ou tipo oito, assim como o corpo dez ou tipo 10, eram nossos companheiros de vida nas páginas.
Identificado a todo momento, dependendo da importância da matéria ou mesmo do tamanho do espaço onde seria colocada iríamos utilizar o tipo 8 ou o tipo 10.
Quando o livro foi publicado em 1964 eu ainda não estava no Jornal mas tinha minha carreira no rádio iniciada algum tempo antes, nos meus verdes 14 anos, na Rádio Uirapuru de Fortaleza.
Mas a paixão pelos tipos na velha GN ao lado de Durval Aires, Luís Campos, G.S. Nobre, Telmo Freitas, Fernando Dilcimar Oliveira, Frota Neto, Antonio Ferreira Lima Neto, Antonio Geraldo Sousa, J. Arabah Matos, Liberato Barroso, Antoni Fernandes e tantos outros tinha nascido desde os primeiros dias.
Quando há alguns anos adquiri por acaso o livro de João Jacques, pois não sabia da sua existência, praticamente comi todo o seu conteúdo em menos de dois dias. Sómente o título do livro já deixava o Jornalista prá lá de contente.
"Alma em corpo oito" é tudo aquilo que queríamos ao ver nossa noticia publicada. A conversa com Mestre Feijão na velha GN com os linotipistas e com os paginadores era uma uma jornada amiga onde gráficos e jornalistas se entendiam como profissionais e amantes do bom jornalismo.
Adquiri "Alma em Corpo Oito" na Casa de Livros usados O Geraldo alí na Rua 24 de maio, 950 e vivi uma felicidade total. Para quem não conhece nossa profissão nem vibra com ela, não sabe o que pode significar algo escrito com elegância e objetividade e que a dignifica com o apoio daqueles que lhe auxiliam diretamente como os Gráficos.
Antigamente uma coisa não poderia viver sem a outra. Um Jornal não circularia somente com Gráficos trabalhando, mas também não circularia somente com Jornalistas. Dependia o Jornal diretamente de ambos. O Jornalista levando a noticia, o comentário, o artigo, o editorial, a reportagem e os Gráficos compondo todas as matérias, dando perfil, dando vida, coração e alma como João Jacques destacou no título de seu livro. As materias eram impressas com desenvoltura e amor, num cansativo processo junto a Linotipo, as caixas de impressão e a impressora.
O papel, a tinta, as palavras altas saudando o novo número do jornal faziam uma festa diária que nem mesmo nós, percebíamos, achando que aquilo jamais iria acabar. Hoje as histórias são outras pois tudo é feito no computador.
Dalí das oficinas, os jornais tomavam as ruas com os gazeteiros - na espera sempre nervosa de fim de madrugada e inicio de manhã - radiantes em levar a nova folha aos seus leitores.
Hoje, estou relendo "Alma em Corpo Oito" e me deparo com a sua data de publicação: 1964. Completa o livro 50 anos. 50 anos de história através das crônicas de um homem que foi entre outras coisas jornalista, atuando com secretário de Redação, editorialista, cronista, contista.
E com muita honra ocupei sua Cadeira na Academia Cearense de Retórica por extrema força do destino. Um jornalista ocupando a cadeira de foi de outro jornalista.
Felicidade duplicada a minha.
Neste 2014 que se aproxima "Alma em corpo Oito" editado em 1964, estará completando seus primeiros 50 anos, nos trazendo histórias de um jornalismo que deixou saudades.
PS.-
Fortaleza, 27 de dezembro de 2014, faltando 4 dias para terminar o ano.
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