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Vicente Alencar

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Toxina botulínica no consultório odontológico

Toxina botulínica no consultório odontológico
Já bem conhecida pelo uso para fins estéticos, a toxina botulínica chega aos consultórios odontológicos. Ela pode reduzir dores na face e evitar ou minimizar as consequências do bruxismo.
O tratamento da Disfunção Temporomandibular, DTM, problema cada vez mais comum nos consultórios odontológicos, tem uma nova aliada. É a toxina botulínica, usada no meio médico desde a década de 70, mas que só agora vem ganhando espaço nos consultórios odontológicos brasileiros. No Ceará, o tratamento com a toxina vem sendo oferecido desde o ano passado.  
A dentista Luciana Norões, pós-graduada em Toxina Botulínica Terapêutica na Odontologia, tem utilizado a toxina como opção de tratamento para os pacientes que sofrem com dores causadas por DTM (Disfunção Temporomandibular) e nos casos de bruxismo, distúrbio caracterizado pelo apertamento e/ou ranger de dentes. Esse distúrbio, muito frequente na população em geral, pode trazer como consequência dor de cabeça, dor na face, dor na ATM, além de fratura de dentes e de restaurações. "Basta um ponto de aplicação da toxina em um determinado músculo da face que a tensão diminui. Assim, o músculo não contrai o suficiente para trazer consequências como dor e fadiga na face.” – afirma Luciana Norões. Ela explica ainda que o tratamento causa a redução do volume do músculo, que pode estar aumentado por causa do hábito de apertar os dentes.
Os resultados são animadores. Luciana conta que já no primeiro retorno, em três semanas, se percebe a diferença. “Os pacientes chegam para a primeira consulta desanimados, já cansados da peregrinação em busca de ajuda. Após a primeira aplicação, eles retornam com uma nova cara. Quando percebem os resultados, ficam visivelmente mais felizes e mais confiantes”- conta.
A farmacêutica Liliane Nepomuceno sofre com as dores orofaciais desde a adolescência. O apertamento, característica do bruxismo, causa tensão e dor, e Liliane já se acostumou com o uso constante de analgésicos. Depois de passar por vários consultórios médicos e odontológicos, Liliane decidiu buscar na internet outras opções de tratamento. Foi quando soube do tratamento especializado para dor orofacial que era oferecido aqui em Fortaleza. Para o caso de Liliane, foi indicada a aplicação da toxina botulínica e a fisioterapia. O tratamento começou no mês de setembro passado e ela já sente os resultados. “A dor melhorou e agora consigo fazer a fisioterapia com mais tranquilidade. Com o relaxamento do músculo onde foi aplicada a toxina, não consigo mais apertar tanto os dentes, o que causava tensão e muita dor.” – conta Liliane. Vale ressaltar que as funções de mastigação e os movimentos naturais da face foram preservados.
Mecanismo de ação sobre a musculatura
A toxina botulínica inibe a liberação de acetilcolina, neurotransmissor que promove a contração muscular.  Sem a liberação de acetilcolina sobre algumas fibras musculares, o músculo fica relaxado, evitando as dores que a tensão no referido músculo estava ocasionando. O efeito dura, em média, 5 meses, dependendo, entre outras coisas, do tipo de musculatura do paciente. A grande vantagem desse recurso terapêutico é apresentar um resultado muito eficaz e rápido.
Direto na dor
Outra boa notícia compartilhada pela dentista Luciana Norões é que já existem muitos estudos comprovando o efeito direto da toxina na dor, não apenas o efeito indireto através do relaxamento muscular. São dores como a neuralgia do trigêmio, que apresenta sensação de choque na face que pode ser desencadeada pelo simples ato de lavar o rosto. A toxina botulínica, segundo esses estudos, seria capaz de controlar essa sensibilidade excessiva. “Essa é uma das mais novas linhas de pesquisa com a toxina botulínica, o que nos comprova mais uma vez que os benefícios dessa toxina vão muito além da estética” – finaliza Luciana. 
 
Estudos mostram que em torno de 40 a 60% da população geral apresentam algum sinal ou sintoma de DTM, sendo que nem todos terão necessidade de tratamento. Quanto ao sintoma dor, em DTM, os índices variam entre 3% e 10% para os homens e entre 9% e 15% para as mulheres.
 

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