SONETO PARA MEU PAI
Giselda Medeiros
(à memória de meu
pai, Jorge Francisco de Medeiros)
Era pequena, pai, mas
te recordo
A voz bondosa como me
falasse...
Ah, com que gosto,
ainda, quando acordo,
Tua carícia sinto em
minha face.
Não me viste crescer,
ó pai! Não viste
Em minha vida a
primavera abrir-se...
Te foste muito antes,
e foi triste
Crescer sem teu
amparo definir-se.
Cresci, é bem
verdade, e, hoje, poeta
Da lágrima, do amor
abençoado,
Quero fazer-te um
verso. E, assim, repleta
De inspiração, de
amor, de suavidade,
Genuflexa, te
entrego, ó pai amado,
Este meu verso cheio
de saudade!
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