O vento que me perdoe...
Margarida
Alencar
Mas,
ele às vezes é tão alegre,
tão
alegre, que chega a me desconcertar.
Ele
sopra forte, fraco, buliçoso,
Balança
as copas das árvores,
até
das mais circunspectas!
Balança
as roupas nas cordas,
A
saias das moças...
Mexe
com as flores, com as rosas e,
todas
balançam a cabeça,
dizendo
sim, sim, sim...
Vento,
vento brando,
que
acaricia os meus cabelos
e
me faz pensar em coisas boas e bonitas,
como
em barcos singrando o mar calmo,
em
viagens a lugares desconhecidos,
ou,
também, em procelas.
Navios
açoitados pelos ventos,
até
encontrarem um porto,
um
porto seguro.
E,
quando vem um redemoinho,
girando,
girando, carregando para além
a
poeira e as folhas secas?
Vento
que me enche os pulmões e a alma,
Assim,
com ele vou subindo, subindo,
como
um balão...
até
sumir no azul do firmamento,
calmamente,
lindamente,
Tal
e qual nas fábulas infantis.
Vento
morno, vento doce.
Vento,
vento!
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