Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Poemas de Magno Martins

Poemas de Magno Martins

Guitarra invisível

Sons secos
Cordas vibrantes
Frequência distorcida
Camisa preta
Sangue acelerado
Rock and roll branco
Vazio substancial
Nova formatação
Amor racional
Metal romântico
Palco circular
Grupo acorrentado
Elos fortes
Turnê libertária
Cordas afinadas
Pedal ligado
Cabeça funciona
Voou longe
Chegou aqui
Agora partiu / Guitarra invisível / Concentração real / Louvor emotivo / Canto vivo.

Chuva
Não que as chuvas voltaram
A respingar o cinza das nuvens
Na minha alma torta.

Que no balanço das estrelas
Mergulhar no abismo
Cheio de opacos.

Que quando me vi sozinho
Abandonado pelas musas
Em dança de despedida.

Senti a roupa encharcada
Com o mel dos prazeres ilusórios
Chamando insetos ao meu jardim.

Aguardo os luminares
Renta a casa dos sonhos.

Cangaço
Orgulho nordestino
Pulso forte
Sertão espiritual
Mandacaru regional
Valente vaqueiro
Lampião incendiário
Brasil desbravado
Couro surrado
Cavalo companheiro
Água sagrada
Mulher amada
Filho respeitado
Espingarda ensanguentada
Faca amolada
Carne seca
Alimento natural
Vegetação espinhosa
Chão rachado
Velas acesas
Alma sobe
Paz rasteira
Carcará voa
Lagarto observa
Jesus guarda.

Transparência
Ansiedade rasgada
Tempo infindável
Prisão perpétua
Nó cego
Porta fechada
Lábios rachados
Fome compulsiva
Excitação carnal
Trabalho noturno
Esporte anestésico
Livro devorado
Oração invocada
Planos refeitos
Relógio consultado
Dinheiro contado
Musa solta
Caneta gasta
Olhos abertos
Lençol embolado
Sono atrasado
Medo paralisante
Sol escaldante. 

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