Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

ACADEMIA CEARENSE DE CULTURA E ARTE - 10 de Setembro de 2022

  ACADEMIA CEARENSE DE CULTURA E ARTE

    Fundada em 05 de Fevereiro de 2005

                  Fortaleza - Ceará


10 de Setembro de 2022


Atenção Condrades e Confreiras, nossa Secretaria acaba de receber e registrar:

                     

Meu caro confrade e amigo

Vicente Alencar,

Paz e Bem!


Depois de uma inaudita e fantástica comemoração de nossa Independência, saúdo-o, com alegria de uma próxima vitória de nossa democracia, aos pés de Deus, da Liberdade, da Família.

Encaminho-lhe texto para sua apreciação.

Com meu braço fraternal

Pedro Bezerra de Araújo



      Polarizar, não. Discordar, sim.


Fala-se demasiado de polarização. Será que vivemos, deveras, uma polarização típica?

Permitam-me esta reflexão:

Este conceito, advindo da física, aplica-se a divergência exacerbada de linhas partidárias, na política, a partir de um elemento polarizador (na física, filtro polarizador).

A polarização dá-se, quando linhas se enclausuram em suas convicções e pontos de vista, sem qualquer chance de diálogo, assumindo ódio e intolerância como atitudes radicais e extremas. Entram aí o conhecimento, o bom senso, os princípios basilares e o caráter.

A divergência de opinião é saudável e estimula o diálogo, não configurando polarização. Não se pode confundir polarização, quando falamos de conceitos contraditórios e contrários, quais ocorrem em nossa realidade: feio e belo, bem e mal, certo e errado, falso e verdadeiro, branco e amarelo, democracia e ditadura, etc.;

Bem e mal se extremam, fé e ateísmo são antípodas, nem por isso se pode falar de polarização, mas de uma opção de vida, com suas motivações, seus arrazoados.

Onde pontificam imunidade cognitiva e fundamentalismo, a radicalização instala-se e abafa antíteses e dialogicidade. 

Quando se criam ilhas, em nome da defesa de direitos, corre -se o risco de iniciar um processo de secessão cultural, antropológica, social. Cada grupo torna-se espécie de gueto, cada um buscando impor seus 'valores’, sua linguagem, seus pontos de vista em detrimento dos demais. Surge(m), então, o(s) elemento(s) polarizador(es), que podem responder a diversas estratégias de dominação e alienação.

A leitura do mundo reduz-se à abstração de uma ‘mudez mental’.

Na história recente do País, um olhar atento percebe o crescer processual de ‘anacolutos’’ sociais, com suas reivindicações justas, mas plenas de ressentimentos e de exclusão, chegando às raias do ódio entre si. 

Assim, vieram as cotas e não a melhoria do ensino de qualidade para todos, cotas beneficiando a uns e prejudicando a outros, gerando uma competição de classes e raças, além de uma interrogação na 'qualidade de competência gnosiológica'; depois, surgiram vários grupos tanto ligados a raças, etnias, sexualidade, etc., molhados de 'ideologias'. E cada um com suas reivindicações, suas exigências e atitudes de exclusão em nome da inclusão. Uma colcha de retalhos, um País dividido, de muitas exigências, de muitos direitos e de pouco diálogo, de pouca fraternidade: uma conflagração social silente e danosa explode, como não poderia deixar de ser, também na área de controle do país, atropelando os poderes e produzindo um choque de valores pessoais, familiares, culturais, religiosos, tornando-os, mutuamente, ‘inimigos’ e ‘inconvivenciais’. O foco não é mais democracia, liberdade, bem-estar, senão controle, censura, em disputa do ‘poder pelo poder’.

A história é ‘pervertida’, os 'eles e nós' e os grupos, aparelhados para o confronto, enquanto o ‘príncipe’ gargalha e desdenha de seu camarote luxurioso.

Os conceitos, ditos à sorrelfa, ficam, então, às expensas de seus locutores. E um País fragmentado, odioso, torna-se presa fácil de aventureiros, que manipulam pessoas e alienam mentes incautas, independente de seu nível de conhecimento. O conhecimento dá conhecimento, não dá maturidade, nem caráter.

Pensar fatos, observar situações, analisar atitudes, olhar as diversas nações são ônus de uma cidadania para não ter de lamentar a liberdade perdida.

E então?

Polarização típica ou tipificada?

Irracionalidade ou intolerância anunciada?

Manipulação conceitual ou alienação existencial?

Cerceamento de liberdades ou inquisição ou barbárie?

A civilização pergunta.

Não levante a voz, antes, abra os olhos e alforrie a mente.

(Pierre Nadie)


Pedro Bezerra de Araujo




Estamos em Fortaleza, Capital do Ceará,]

Nordeste do do Brasil.


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