À minha mãe, eternamente
Todos morremos.
Alguns morrem sem comiseração, outros morrem sem saber, outros morrem porque chegam ao fim da vida. Há, porém, os que morrem numa primavera e não num verão, mesmo estando no seu outono.
Recordo-me daquela primavera, que levou minha mãe. Não, não a levou, nela minha mãe navegou, em sua última viagem triunfal, para mim tristeza e saudade, para ela alegria eterna, glória inaudita.
Hoje, minha querida mãe faria 106 anos, se estivesse entre nós. Esta mulher trazia na alma sua grande fé, era uma mãe acima de qualquer suspeita. Tinha um sorriso acolhedor, um abraço carinhoso, uma serenidade no olhar e uma calma e tranquilidade no agir. Uma doçura angelical em sua voz.
Minha querida mãe era uma mulher íntegra, uma esposa dedicada. Quantas vezes não a vi serenizar a ansiedade de meu pai, diante de injunções da vida, causadas, muitas vezes, por pessoas próximas! Sua alma de fé, previdente e plena de afeto e devoção à Mãe de Deus, era capaz de enfrentar trovões e tempestades com um sorriso, inda que trêmulo, mas confiante e sereno.
Minha mãe tinha o ardor de uma guerreira santa. De oração frequente, missa dominical e cultivava um grande amor aos esmoleres, que frequentavam nossa casa, tratando-os com dignidade.
Minha mãe suportava as limitações normais à vida com um sorriso nos lábios e com uma esperança no coração. Visitava com frequência nossos parentes na vizinhança e tinha uma aura positiva de fé e amor.
Sua morte foi uma passagem gloriosa para o colo de Deus e os braços de Maria Santíssima. Ela ouviu uma voz que a chamava do alto e disse ao papai que ia partir. Na madrugada desse mesmo dia, sentindo a agonia final, sentada na cama, solicitou ao papai que ligasse o ventilador, pediu-lhe perdão se em algo lhe tinha magoado, rezou com ele o Pai-Nosso. E, quando meu irmão chegou para levá-la ao hospital, ela já tinha adentrado na eternidade.
Minha santa mãe, renovo meu amor à senhora. E daqui deste pedaço de chão, levanto meu olhar, elevo meu espírito para juntar-me à alegria, que a senhora já desfruta no Paraíso.
Suplica por nós. Olha para nós.
Mãe, te amo e te amarei para todo sempre.
Obrigado por me teres dado a vida, este dom maravilhoso e eterno de Deus!
(Pedro Bezerra de Araújo, Pierre Nadie)
UMA MULHER ENCANTADORA
João de Deus Pereira da Silva
(Da Sociedade Brasileira de
Médicos Escritores-SOBRAMES)
De que eu me lembro, era Rainha
Sedutora, da cabeça aos pés, pois ela tinha
o corpo inteiro cinzelado, atraente, enfeitiçante:
Os quadris, as coxas e as pernas - já era muito - ]
Verdadeiramente harmoniosos, todos juntos
Provocavam um arrepio, um desejo delirante!
Ao ponto de fazer elevar a tensão
dos homens, por causa da emoçao
que ela quase sempre despertava
com um sorriso cálido e sensual.
Nos lábios doces, do olor de mel que, por sinal,
enfeitiçava a todos por onde passava!
Mas eu não me esqueci do seu rosto, qual miragem,
da pele morena de mestiça, um pouco selvagem,
do nariz empinado, quase afilado, de ponta roliça,
da mulher elegante, de olhos castanhos vivos,
bem como dos cabelos longos, jamais tingidos,
de fronte larga, das fendas palpebrais obliquas!
O TROVADOR É UMA PESSOA FELIZ!
Minha Mãe fazendo renda,
meu pai de chapéu-de-massa,
tudo passa nessa vida,
só a saudade não passa.
CÉSAR COELHO _+
Mãe é sempre sublime
faz o mundo se encantar
pois pertence ao time
que vive para amar.
VICENTE ALENCAR
Eu vi minha Mãe rezando
aos pés da Vigem Maria
era uma Santa escutando
o que a outra Santa dizia.
BARRETO COUTINHO +
Esta é considerada a trova mais bonita do
Brasil, embora existam aqueles que não concordam.
Ermírio BARRETO COUTINHO da Silveira é
Nordestino, tendo nascido no municipio pernambucano de LIMOEIRO (Não confundir com Limoeiro do Norte, no Ceará) em 30 de junho de 1893 e falecido em Curitiba em 31 de Agosto de 1975 aos 82 anos.
Ele viveu no Paraná por muitos anos a partir de 1939, onde exerceu a Medicina, embora tenha morado também em Mato Grosso, onde tentou ser fazendeiro, voltando depois ao Estado sulista onde ficou até findar-se.
REGISTRO:- Vale salientar que inimigos gratuitos do Poeta-Médico disseram que conheciam a Trova antes de 1912 quando foi publicada, no Jornal A PROVÍNCIA de Recife em 18 de Janeiro daquele ano na 1ª Página.
Esses elementos de péssimo carater, dentro do bojo invejoso que possuem - ainda hoje existe muita gente assim - inventaram que tinham tomado conhecidnto que Trova existia em placa na Parede da Saudade, na Cidade de Coimbra.
Louve-se porém a Trovadora Maria Thereza
Cavalheiro que durante duas décadas manteve Coluna sobe a Trova em Jornal Carioca, que desmentiu a informação mentirosa.
E numa prova provadaa a favor do Trovador Pernambucano, o Trovador e renomado Pesquisador ENO TEODORO WANKE foi a Portugal "tirar a limpo a história" verificando que tudo não passava de "grossa invenção".
Para tanto escreveu um depoimento a favor de BARRETO COUTINHO no livro NÓS, OS TROVADORES, Rio, Ed, Codpoe 1991, página 45.
Observe-se que as inimizades de BARRETO COUTINHO surgiram em face de marginais não concordarem com o que escreveu seu livro denominado FARISEUS DA PROFISSÃO.
Bom Dia, Boa Tarde, Boa Noite.
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