UM FELIZ DESTINO
Eu falo para os senhores
Que nasci para cantar
Muito embora em meu lugar
Fui o rei dos cantadores
Enfrentei opositores
Saí como campeão
Assumi a profissão
Com o melhor desempenho
Ao morrer sei que não tenho
A quem passar meu bastão.
Eu tive filhos bastante
Nenhum quis ser cantador
Um deles quis ser doutor
O outro comerciante
Se eu morrer, qualquer instante
Nenhum me tem como guia
Um rio de poesia
Pelo deserto se perde
Porque não tenho quem herde
O bastão da cantoria.
Dou a verdadeira prova
Que é um dom a cantoria
O Jocélio, o Zé Maria,
Os pais viveram da trova
Ivanildo Vila Nova
É filho de Zé Faustino
E, Moacir Laurentino
Foi com o pai que aprendeu
Nenhum filho meu nasceu
Com esse feliz destino.
No dia que eu me ausentar
De minhas atividades
Deixarei minhas saudades
Às aves do meu pomar,
Elas sabem que cantar
É sintoma de alegria,
O bastão da cantoria
E a minha vida feliz,
Deixarei aos bem-te-vis
Que cantam ao nascer do dia.
Alberto Porfírio da Silva
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