O MEU DOMINGO MORREU
Diogo FontenellePartiram sem adeus, o circo e a matinê domingueira.
A noite fria ancorou de vez e o meu domingo morreu.
O meu sonhar cor azul esvaiu-se numa segunda-feira.
O circo evaporou-se pelos vendavais da noite de breu
E a moça não fugiu com o palhaço sem eira nem beira.
A moça ficou solteirona, prisioneira de um belo camafeu.
O baile de domingo só deixou copos vazios na cristaleira,
A moça virou freira e o palhaço virou o poeta que sou eu.
POESIA MAIS TERNA É A POESIA MATERNA!
Diogo Fontenelle
O MÊS DE JUNHO ACENA NO CALENDÁRIO DO MEU CORAÇÃO
Diogo Fontenelle
Junho da minha comunhão com a terra verde-florida, dos luzires e melodiares dos balões no azul do céu, dos traquinhos e busca-pés pelo chão... Não havia proibição de comer açúcar e mel, não havia proibição de soltar balão!
Era a Infância a dourar meus dias com a Mãezinha a ninar meus sonhos de menino vestido de marujo encantado com a vida azulada de faz-de-conta.
Mês de junho sem fogueira na rua, sem a Mãezinha a acender o meu coração de miúdo aprendiz de poeta... Mês de Junho é somente registro de calendário, folhinha murcha do tempo em estiagem, sem o primaverescer da Poesia à mercê da Megera Pandemia que vai passar um dia, mas deixará cicatrizes: deslembranças.
Sei que é impossível “voltar à normalidade” como afirmam os jornais e a computação globalizada. As fogueiras nas calçadas se foram, os balões sumiram no céu... Mas a Mãezinha está muito mais viva agora dentro de mim: Ela virou Poesia!
O MÊS DE JUNHO
Diogo Fontenelle
O mês de junho sempre iluminou o meu coração
Com fogueira na rua e o céu florido de azul balão.
O mês de junho ilumina toda a minha imaginação
Com folguedo de menino a soltar traquinho-rojão,
Busca-pé... Tudo era luz, doce sonhar em floração
Com a bacia de água no jardim para a adivinhação
De moça-donzela a vislumbrar o seu amor-paixão.
O primeiro de junho para mim é festa, luar de verão.
Nesse dia, mamãe aniversariava ao luzir da gratidão,
Com doçura no olhar gentil-menina e missal na mão,
Ela era e é o anjo guardião desse meu sonhar-azulão.
CANÇÃO DE SAUDADE-ORFANDADE
Diogo Fontenelle
Para o aniversário de noventa e um anos da Mãezinha Carmelita Fontenelle nesse primeiro de junho do dois mil e vinte um.
Mãezinha, confesso que ainda preciso da sua mão:
Não mais para engatinhar, pois eu já ando sozinho.
Mãezinha, ainda preciso do seu colo e da sua visão:
Sou passarinho na escuridão sem luar e sem ninho.
Ó Mãezinha! Eu ainda preciso dos reluzires do seu coração
Só para ser o seu sempre-menino: criar asas em torvelinho
Para driblar a bruxa solidão com os gemidos do meu violão,
E dedilhar essa canção de saudade-orfandade com carinho.
POESIA MAIS TERNA é A POESIA MATERNA!
NADA SERÁ COMO ANTES!
Diogo Fontenelle
Não existe “Volta à Normalidade”, o Mundo mudou e vai mudar, nada volta ao que foi, nada é simplesmente “normal”.
A vida é milagre, é algo sagrado, é algo dedilhado por Deus.
Um novo “jeito de ser homem” está surgindo, uma nova família e uma nova escola vão nascer: uma “Nova Ordem” vai sorrir.
É uma “Nova Era” que acena em meio à agonia dessa Pandemia - poderosa mas passageira –, apenas divisora de águas!
Tanta dor não viria de graça para simplesmente desaguar no mar de uma “volta à Normalidade” qualquer.
Uma “Nova Ordem” Vai Sorrir, Um “Mundo Melhor” Vai Florir!
Amém pelos Azuis do Céu Além!
FLORAÇÕES DE ESPERAS E ESPERANÇARES
Diogo Fontenelle
Para Yogachaia Wallace Ananda, Satyam Turyna, Márcio Catunda e Isa Magalhães, anjos-vestidos de humanos com Olhar e Visão-Além.
Uma mudança não vem sozinha, uma mudança é uma nota musical de canção, é acorde de uma orquestração, é uma sinfonia!
Uma mudança traz outras mudanças em rebanhos de nuvens-carneirinho.
O sombrio cometa Pandemia não veio nem vai sozinho, esse cometa anuncia o azular de um amanhecer transluzente, esse cometa traz consigo o perfume de um primaverescer florido pelo Mais Alto.
Sabe-se pela Ciência humana e pelos sábios anjos-vestidos de humanos que em torno do ano 2026 a 2028, um ciclo solar de vinte e seis mil anos se fecha, ciclo selado com chave de ouro.
Eis que um novo ciclo solar de vinte e seis mil anos acena, azula pelos horizontes com florações de esperas e esperançares.
Tudo passa, tudo é pássaro. Tudo é Passagem Além – Tudo é Ida e Vinda - Tudo é Viagem Além!
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