UM PRONUNCIAMENTO POR
Caro Dr. Cássio.
Prezado confrade.
Certamente concordas, a vida toda acreditamos que os justos fossem sempre a maioria na sociedade mundial, e que os ímpios fossem a exceção a essa regra, repudiados pela imprensa e combatidos com razoável eficiência pelos estamentos judiciários estatais.
Porém, sob o disfarce de divergências político-ideológicas naturais, o Brasil está dividido atualmente entre os homens de bem e os atores desonestos da vida pública nacional, principalmente com vistas à Presidência da República, para o retorno aos vícios administrativos que levaram o País à bancarrota – haja vista as confissões, as delações, as prisões, as verbas repatriadas.
A doleira Nelma Kodama, presa pela Operação Lava Jata, ouvida em Juízo, teve uma frase lapidar que presentemente se revela realista e profética – “O Brasil é movido a corrupção. Se parar a corrupção, para o Brasil”.
Jair Bolsonaro está longe de ser o Presidente ideal para o Brasil, e o seu Governo certamente tem defeitos. Mas, como acontece no controle biológico de pragas, Bolsonaro era o que tínhamos para combater o mal crônico a que referiu Nelma Kodama.
Este Governo estancou a sangria de verbas do erário, que desde sempre era naturalizada na política e na administração pública nacionais, e suspendeu a corrupção sistêmica que movia o País, num conluio espontâneo entre o mundo privado e o estatal.
E o Judiciário não estava de fora do processo espúrio, levando-se em contra concursos fraudados para a magistratura (como aquele que o Arnaldo Santos denunciou em Fortaleza, há uns 30 anos), a nomeações políticas para todos os tribunais, e a intermediação de advogados aéticos e de parentes de juízes funcionando em suas comarcas (advocacia administrativa).
Destarte, move-se agora contra o Governo toda a caterva de parasitas da República, a começar por redes de comunicação que recebiam “cala-bocas” milionários dos Governos Federais, e que, entrando em abstinência, vêm praticando o mais odiento jornalismo parcial.
Empresas estatais que davam astronômicos prejuízos, hoje são lucrativas, pois acabaram-se as licitações fraudadas e as propinas do passado – o Governo favorecendo empresários, que enriqueciam os políticos e lhes financiavam as eleições, num ciclo vicioso em modo contínuo.
Agora se move a grande imprensa e o Supremo Tribunal contra o Governo Bolsonaro, procurando esconder todas as suas virtudes e todos os seus feitos e colocando sobre lentes de aumento os seus menores cacoetes, os defeitos pessoais do Presidente e pecadilhos da família – quando a “culpa não passa do agente”, e os filhos do presidentes são maiores e capazes.
De sua forma tosca e imprevidente, falando além do necessário (excesso de linguagem), Bolsonaro aposta na verdade absoluta preconizada pela Bíblia, doa a quem doer, tantas vezes produzindo desafetos perigosos e dando munição verbal para as baterias do inimigo.
Não obstante, tudo o que ele busca é zelar pelos dinheiros públicos e restaurar a moral e os bons costumes que vigoravam antes da era petista – a liberdade popular, a abolição da propaganda enganosa dos marqueteiros, a religiosidade do povo, o direito à autotutela do cidadão na defesa do patrimônio e da incolumidade da família, o combate severo e inclemente contra o banditismo e o crime organizado.
Enquanto parecia que as dissensões nacionais tinham, de fato, escopo meramente ideológico, sendo uma entidade apolítica, defensora do livre pensamento, a ACLJ se mantinha imparcial e equidistante, em nome da laicidade que o seu Estatuto recomenda.
Acontece que, sendo, de qualquer modo, uma casa de jornalistas, e constatando que a grande batalha que se trava no País tem na contenda os patriotas ordeiros contra os defensores da desordem, os probos contra os ímprobos, embora abstendo-se de se colocar publicamente com ativismo político, a ACLJ precisa definir em que lado da torrente se situa e se mantém.
Sendo assim, na nova fase em que adentra, ao completar a primeira década de existência, a ACLJ não vai repercutir em suas mídias opiniões equivocadas sobre a realidade nacional, e vai sublimar à condição de honorários todos os acadêmicos que se posicionam a favor da onda piroclástica que se formou em favor de uma democracia de fachada.
Democracia de fachada é aquela que acusa a oposição de antidemocrática e de fascista, mas adota um governo de cooptação, controla o Judiciário e aplica métodos gramiscianos e bolivarianos de política: pratica a ética do “quando pior, melhor”, em detrimento do povo, ante um governo adversário; adota a lógica em que “os fins justificam os meios sórdidos”; perfilha a tese de Goebbels de que a mentira repetida se transfigura em realidade.
Grande abraço.
Reginaldo.
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