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Vicente Alencar

sábado, 16 de janeiro de 2016

Ministro da Saúde diz que vai 'torcer' para que mulheres peguem zika antes da idade fértil Marcelo Castro faz piada infeliz em coletiva sobre estudos para vacina contra o vírus

REVISTA VEJA
Ministro da Saúde diz que vai 'torcer' para que mulheres peguem zika antes da idade fértil Marcelo Castro faz piada infeliz em coletiva sobre estudos para vacina contra o vírus
13/01/2016 às 18:36 - Atualizado em 13/01/2016 às 20:33
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, fala sobre investigação de um caso suspeito de ebola em Belo Horizonte e casos de microcefalia identificados em alguns estados da região Nordeste - 11/11/2015
O ministro da Saúde, Marcelo Castro(José Cruz/Agência Brasil)
Ao anunciar nesta quarta-feira que as pesquisas para criação de uma vacina contra o zika começarão ainda no primeiro semestre deste ano, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, aproveitou para fazer uma brincadeira envolvendo o vírus associado a mais de 3.500 casos de microcelafia em bebês no país. Ele disse que torceria para que mulheres se contaminem pelo zika antes da idade fértil. O comentário foi feito quando Castro falava sobre os projetos de desenvolvimento de vacina contra o vírus, que chegou ao Brasil no ano passado e já circula em 20 Estados.
O ministro disse que o imunizante, uma vez desenvolvido, seria fornecido para parte da população considerada mais suscetível. "Não vamos dar vacina para 200 milhões de brasileiros. Mas para pessoas em período fértil. E vamos torcer para que mulheres antes de entrar no período fértil peguem a zika, para elas ficarem imunizadas pelo próprio mosquito. Aí não precisa da vacina", disse, em tom de brincadeira.
Vacina - Três laboratórios públicos se preparam para iniciar projetos para desenvolvimento de vacinas que protejam contra o zika. Castro, afirmou que Evandro Chagas, Biomanguinhos e Instituto Butantã já começam a se articular para, em colaboração com outros centros de pesquisa internacionais, iniciar as pesquisas.
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"O projeto é a longo prazo. Não teremos nenhuma resposta antes de, pelo menos, dois anos", afirmou. A ideia é que cada centro siga uma linha de pesquisa em colaboração com institutos internacionais. "Não será uma rede de laboratórios brasileiros. Cada um investirá no desenvolvimento de uma estratégia específica", contou o ministro. Dessa maneira, avalia, aumentam as chances de se encontrar mais rapidamente uma alternativa eficaz para o combate ao vírus.
Nesta sexta-feira, Castro deverá visitar o Instituto Butantã para discutir as propostas. Sábado, será a vez de Biomanguinhos. Com o Instituto Evandro Chagas, as negociações estão mais adiantadas. "Queremos definir estratégia rapidamente. Cada mês perdido pode representar meses a mais sem uma arma eficaz de combate ao problema", disse.
O ministro afirmou que os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH) estão entre os cotados para parceria de desenvolvimento de projeto contra o zika. "Acreditamos que essa vacina seja mais fácil de ser preparada do que a da dengue, porque envolve apenas um vírus, não quatro subtipos, como ocorre com a dengue", comentou Castro. O ministro garantiu que não faltarão recursos para o desenvolvimento de projetos nesta área. De acordo com ele, a verba necessária não é "exorbitante". "Mais caro será depois da vacina produzida, você distribuir. No caso da zika, a gente tem uma facilidade que é um público alvo", completou.
(Com Estadão Conteúdo)

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