Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O que se esperar de 2014

O que se esperar de 2014

 
José Mozart Martins (*)
 
A batalha do foguetório. Parece coisa de menino amarelo, mas as capitais fizeram o maior auê para ver quem tinha o maior poder de fogo na passagem de ano. E a mídia cronometrou muitas destas exibições de foguetes nos primeiros minutos deste ano. Não bastassem os exageros pirotécnicos, o brasileiro pagou muito caro por shows medíocres. E como Fortaleza sonha ser o centro de tudo gastou mais de R$ 600 mil para mostrar um Gustavo Lima que canta pouco e ruim e totalmente desconhecido. E as outras atrações? Quanto foi o total gasto na noite da virada? Uns dois milhoes e meio de reais. Ah, falta de respeito....
Nos anos passados foi a mesma coisa, a prefeita também não poupou o dinheiro do erário. Aliás, tem sido sempre assim. Queima-se o dinheiro do povo sem a menor cerimônia em divertimentos efêmeros e que nem sempre são o que o povo quer. Um grupo, uma panelinha, escolhem o que tem que ser feito e tome dinheiro público para a farra de gastos que poderiam ser evitados e melhor aplicado.
Mal começa o ano e já entramos em clima eleitoral. Os candidatos? Os mesmos de sempre. Programas de governo? Estes, para falar a verdade, não existem. Não fora o deputado Roberto Jefferson abrir a boca e denunciar a roubalheira apelidada de mensalão teríamos hoje José Dirceu Presidente da República. Ele era o candidato de Lula. E Dirceu certamente seria reeleito agora. Dona Dilma nada mais era que o plano B do Lulinha. Zedirceu está na cadeia por roubo e corrupção, enquanto que a senhora Rousseff empenhará até a alma para continuar usufruindo as benesses do Palácio do Planalto.
A presidente fará uma reforma ministerial unicamente para eleger a si própria, a partir de conchavos que serão feitos com a nova divisão dos cargos. O Gabinete Civil da Presidência da República será transformado em comitê eleitoral para manter no poder a ex-guerrilheira.
E ninguém mais pensa em produzir, reduzir a corrupção, diminuir a violência e a bandidagem que se alastram por todo o país.

O Brasil e o Ceará estão investindo pesado em obras faraônicas por ordem do pessoal da Copa do Mundo, Sr Blater, o manda-chuva da FIFA, enquanto as pessoas morrem nas portas dos hospitais à falta de atendimento. Enquanto a gatunagem impera ainda tem político usando jatinhos do governo para experimentar uma peruca nova no Recife, ir a casamento em Alagoas e assim por diante. Eita país de tantos desmandos...
Projeta-se de menos e gasta-se demais em tudo no Brasil. A ladroagem está sempre presente nos acordos políticos alinhavados em Brasília. E haja túneis e outras obras d’arte, como o colossal estádio de Manaus, o de Mato Grosso, que teem tudo para se transformar em mais um elefante branco, sem nenhuma utilidade pois futebol por lá não existe. Vão ser utilizados em que, após a copa? Ah, Brasil, bom de tomar vergonha.
Vivemos e dizemos que amamos o país que atira dinheiro pela janela. Enquanto uma minoria vive nababescamente, a esmagadora maioria sobrevive de minguados salários, sem direito a educação, segurança e saúde. Aliás, é paradoxal, mas quanto mais o governo diz que investe em saúde, mais longe ela fica do povo.
Se no plano federal tudo corre frouxo, no Ceará o andar da carruagem parece ser o mesmo. Não se tem ideia de quem será o novo governador e os cinco que aplaudem o atual e sonham com o Palácio da Abolição ainda não apresentaram propostas de governo. Outros correm por fora, mas também não têm propostas. O que será de nós cearenses? Seremos manipulados por quem? A linha administrativa permanecerá a mesma?
No minúsculo Eusébio as ações da Prefeitura ainda são pálidas, apesar de o prefeito estar no cargo há um ano. Faltam injeções de recursos, mas, principalmente, vontade política. Não se fala em habitação popular, tampouco em escolas boas e unidades de saúde. Um núcleo do Estado funciona, mas o seu atendimento é aberto aos pacientes de uma grande área. Não demora e estará congestionado. Coitados dos eusebenses que necessitarem desses serviços daqui ha um ano.
A segurança local é um caso à parte. A delegacia está bem instalada, delegada muito competente e esforçada porém de mãos atadas porque existe carência de material humano, viaturas e outros apoios do Governo do Estado. Como a iluminação pública é precária, a ladroagem corre à solta. Ou se redimensiona o complexo de segurança local ou teremos problemas maiores de agora por diante. Os assaltos a sitios, casas comercias, condominios e residencias estão sendo motivo de muita preocupação e até de pânico. Muita gente assustada e encomenda grades. É a prisão domiciliar!
O que poderemos, realmente, esperar de 2014? Não quero ser pessimista, mas diante deste quadro, nada de bom. Torçamos, entretanto, para que tudo termine bem, coisa que, cá para nós, acho meio difícil.
 
(*) José Mozart Martins é empresário. Dirige a Gráfica Cearense.
 
 

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