O BULE DE CAFÉ
Vicente Alencar
(Da Academia Fortalezense de Letras e
da Academia de Letras dos Municípios
do Estado do Ceará - ALMECE.)
O bule do café de minha Mãe
era de ágata.
E, toda tarde,
exatamente, às três e meia,
exalava, por toda a casa,
o aroma conhecido de todos.
O perfume da rubiácea,
(que rubiácea que nada)
Era o café mesmo!
Daqueles grãos amarelos
que logo se tornavam pretos,
no tacho.
Velho tacho da casa de meu avô,
ode a preta Brasilina,
com todo o amor, torrava o bicho
e, depois, o encaminhava ao pilão
para que se transformasse em pó.
Assim como o homem que nasce,
morre, se transforma em pó.
O café da minha Mãe!
O bule já não existe,
o café, também não.
Só ficou esta lembrança de ontem,
que, nesta escrita, se transforma em hoje.
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