Natal do Menino Jesus
Paulo Tadeu – Jornalista
O saudoso Arcebispo Metropolitano de Fortaleza Dom Antônio de Almeida Lustosa, que era um dos mais estimados Príncipes da Igreja Católica no Brasil e membro do Instituto do Ceará, escrevia Notas diárias no jornal “O Nordeste”, órgão oficial do Arcebispado. Em 1958 ele selecionou algumas dessas Notas literárias que foram reunidas no seu livro “Respingando”, Publicação da Imprensa Universitária da Universidade do Ceará, da Coleção Biblioteca de Cultura – Volume III.
Na orelha, dentre outras observações sobre o autor consta: “ Possuidor de vasta cultura e erudição profunda, Dom Antônio de Almeida Lustosa já publicou inúmeras obras que tiveram consagradora acolhida por parte da crítica e preencheram os seus altos e nobres objetivos”. “Abraçando a Cruz”, “Notas a Lápis”, “Dom Macedo Costa”, “Meu livro inseparável”, “Solilóquios Infantis”, e “A margem da visita pastoral” são peças em que se acham enfaixadas verdadeiras páginas antológicas, em linguagem castiça e idéias vivificantes, com o raro poder de consolação para as almas deste século atormentado e infeliz”.
Pela atualidade, pois o novo milênio continua com suas almas aflitas, resolvi transcrever a Nota nº 214 intitulada “S. Francisco e o Presépio” que diz: “Escutai: Um dia, São Francisco de Assis convidou o seu amigo Giovanni Vellita para celebrar o Natal de modo excepcional. Havia, perto do convento, uma gruta. S. Francisco pediu então a Giovanni que colocasse ali uma manjedoura com capim e que levasse para lá um jumento e um boi. Queria reconstituir a cena da Gruta de Belém, para ver, com os próprios olhos, a pobreza que Jesus abraçara por seu amor. À noite afluiu o povo com velas acesas. Compareceram os frades e foi celebrada a missa. São Francisco Falou no Evangelho como só ele sabia falar, comovendo a todos. O Menino Deus se deixou ver por São Francisco e por Giovanni. Foi um Natal encantador. Eis aí a origem dos presépios. Como se vê, nasceu da gratidão de São Francisco para com o Deus da Bondade que veio à terra em forma humana para ensinar o caminho do céu e nos ajudar a conquistá-lo”.
Particularmente os presépios – também chamados de lapinhas quando mais enfeitados/movimentados/ – sempre me comoveram, pois representam um verdadeiro presente para o Aniversariante. Neste mundo consumista, muitos símbolos têm surgido cada vez mais sofisticados, desvirtuando aquele que deve ser o autêntico sentido da festa cristã. E poucas as crianças tem a oportunidade de ver um Menino Jesus, pois só lhes são mostrados em profusão os coloridos e esfuziante Papais Noéis, que, de tanto exibidos estão agora chegando aos shoppings de Metrô, de Moto, etc. Aliás, este ano, na decoração do Natal de Luz na Praça do Ferreira não reservaram sequer um cantinho para expor o Menino Jesus...
Nenhum comentário:
Postar um comentário