Esquerda e direita
Diz-se que: “quando a esquerda começa a contar
dinheiro, converte-se em direita” e, por sua vez, quando a direita deixa de
contar dinheiro, vira esquerda. Essas observações mostram a importância dos
aspectos monetários na formação do pensamento e das atitudes, ao longo do
tempo, de boa parte da humanidade. Estudiosos abordaram tal comportamento à luz
de princípios políticos, éticos e morais. Assim, por exemplo, aconteceu na
Antiguidade, com Platão, na segunda metade do século XIX com Engels, e mais
recentemente com Max Weber, dentre muitos outros. Nos dias atuais, o
pragmatismo está ocupando espaço das opções institucionais, o que nos confunde
e aumenta as dúvidas relacionadas com a existência e a verdade, analisadas por
Sartre. Acreditamos serem as manifestações pragmáticas influenciadas pelo
maniqueísmo direita e esquerda, pela ânsia do poder, pela falta de
solidariedade, pelo individualismo e pela ausência de sentimentos espirituais.
O Estado existe não para ser opressor, tampouco de direita ou de esquerda, mas
para assegurar os princípios básicos da democracia. Precisamos nos voltar para
o conhecimento das verdades essenciais, objetivando alcançar os valores éticos
indicadores de um mundo social baseado nos conceitos de justiça e de igualdade
de oportunidades. Ademais, um líder não se faz por instrumentos ou mecanismos
artificiais, mas pelo reconhecimento livre e soberano do seu povo. Forçar o
surgimento ou destruir uma liderança, usando segmentos da falsa mídia e
“marqueteiros” gananciosos poderá gerar uma farsa administrativa e política.
Aqueles que assumem um cargo na vida pública pensando em fazer negócios e não
trabalhar pelo povo, não são democratas, pelo contrário, são tiranos
enrustidos, dominados por forças da corrupção. Não ao maniqueísmo, direita e
esquerda mas sim à defesa da democracia apoiada na liberdade e na justiça
social.
Gonzaga Mota
Prof. aposentado da UFC
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