domingo, 2 de dezembro de 2018 11:59:57 BRST
Assunto: “O Grande Inquisidor” de Dostoievski e a manipulação religiosa das massas.
“O Grande Inquisidor”, uma lenda contada por Ivan Karamazov a seu irmão Aliocha, é prometeica quanto ao fincar os pés no passado e permitir antever o futuro manipulável da sociedade de massas. A religiosidade utilitária aponta tanto para as recusas de liberdade real nas sociedades modernas e pós-modernas, quanto para formas tão somente exteriores das denominadas “democracias representativas”. Ao mesmo tempo, este capítulo essencial de “Irmãos Karamazovi” prenuncia os regimes totalitários do século XX e que ensaiam sua retomada no século XXI, como o controle do pensamento e o prazer brutal das massas na Revolução Cultural Chinesa, nas Danças da Nuremberg nazista, nos Estádios de Moscou stalinista.
Na lenda, a visão do Santo Inquisidor e o retorno de um Cristo redivivo ocorre da cidade de Sevilha, no auge da repressão do Estado atrelado à Igreja Católica no século XVI.
Ela é um sinal de alerta para as recusas de liberdade, para a invasão das privacidades, para as parvoíces hipócritas, para as mentiras, que “viralizadas” milhares e milhões de vezes, passam a ser são tidas como verdades.
Sinaliza também a vulgaridade espantosa da cultura de massas, o consumismo desmedido, os homens que buscam líderes, mágicos ou tiranos, até mesmo pastores religiosos que retirem da mente dos rebanhos as reações de revolta contra as injustiças sociais e a busca por liberdade.
Convidamos à leitura de nosso ensaio em: http://proust.net.br/blog/?p=1463
Carlos Russo Jr.
Espaço Literário Marcel Proust
Nenhum comentário:
Postar um comentário