Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

terça-feira, 4 de abril de 2017

QUARESMA

QUARESMA
 
Estamos vivendo os últimos momentos do Tempo da Quaresma, período de quarenta dias de alegria para nós cristãos, que marca a presença viva de Jesus Cristo com seus apóstolos. Esse período começa na quarta feira de cinza e vai até o domingo de ramos, quando inicia a Semana Santa. Quaresma é tempo forte de conversão, de reconciliação, de voltar nossos corações para Deus, e pedir que Ele nos mude interiormente, fazendo deixar tudo o que é velho em nós, fazendo-nos assumir tudo que nos traga vida. É tempo de preparação para seu momento mais importante, a Páscoa.
 
É oportuno reproduzir aqui, o editorial do nosso Diretor Espiritual, Padre Neto, (Luz Vicentina março/abril/ 2002):
 
“Celebrar a Páscoa significa renovar a certeza de que Jesus está conosco todos os dias” até o fim dos tempos” (cf. Mt. 28,20). Faz-nos acreditar, também, que a vida vence a morte, assim como o amor vence o ódio, a alegria vence a tristeza, a paz vence a guerra, a esperança vence o desespero. Significa crer que a “humilhação do Filho de Deus, não é um fim em si mesma, mas visa à plena glorificação de Cristo” (Novo Millennio Ineunte, 22). “Por isso é que Deus o exaltou e Lhe deu um nome que está cima de todo nome, para que, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre nos céus, na terra, nos abismos, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor para a Glória de Deus Pai” (cf. Fil. 2,9-11).
 
Na história da salvação deparamo-nos com quatro Páscoas: A primeira é a que aconteceu quando os hebreus saíram de Egito em demanda para a Terra Prometida. Foi a passagem salvívica do Senhor, na noite da saída do Egito. É a passagem de uma situação de escravos para uma situação de libertos. Essa primeira Páscoa dá origem àquela que podemos chamar de segunda Páscoa, a Páscoa dos Judeus. É a celebração memorial, todos os anos. É a memória objetiva realizada com o rito da Ceia Pascal. Ela assume todos os elementos da primeira Páscoa: a comida de ervas amargas, o pão ázimo (sem fermento), a imolação do cordeiro sem mancha. Na primeira Páscoa foi o sangue de um cordeiro sem mancha, que serviu para marcar as casas dos hebreus, sangue respeitado pelo exterminador, poupando os primogênitos dos hebreus, fazendo morrer os primogênitos dos egípcios.
 
A terceira Páscoa é a de Jesus. É o Cordeiro divino imaculado que se imola na cruz. É a passagem de Cristo, deste mundo para o Pai (cf. Jô 13,1), através da paixão, morte e ressureição. É morrendo que Jesus destruiu a morte e, ressurgindo, deu-nos vida nova. É a passagem de uma situação de pecado para a vida da graça.
 
Finalmente temos a quarta Páscoa, que é celebrada todos os anos, na liturgia da Igreja, e renovada todas as vezes que a Igreja celebra a Santa Eucaristia, por ocasião da Santa Missa. É a celebração continuada da Páscoa de Jesus, que está orientada para a futura libertação a ser realizada por Ele, na plenitude dos tempos. A redenção de Jesus só será completada quando todas as criaturas humanas tiverem a consciência de que a Páscoa de Jesus é o momento de realizar a passagem do velho para o novo. Passagem do inverno do pecado e do delito, para a primavera da virtude e da vida nova derramada em todos os corações pelo próprio espírito de Cristo; quando a humanidade tiver a  consciência da passagem de uma cultura de morte para uma cultura de vida que brota em plenitude da ressurreição de Jesus; quando reconhecer que deve buscar na Páscoa o Cristo vivo e ressuscitado, para proclamar a renovação da humanidade que se apresenta cansada, desorientada, sem rumo e sem esperança, pelas amarras do egoísmo humano.
Não podemos esquecer de que “A gloria de Deus é o homem plenamente feliz e realizado” (Sto Irineu, século II)

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