ANÁLISES E COMENTÁRIOS
por Márcio Matos Viana Pereira
por Márcio Matos Viana Pereira
Hoje, no Brasil, o Poder parece estar acéfalo, pois a Presidente da República, figura exótica criada e esculpida pelo apedeuta Lula para sucedê-lo no governo, estando aparentemente perdida, desorientada e sufocada pela crise já por mim comentada em artigo anterior, plena em incompetência, parece haver abdicado da autoridade que o cargo Presidencial lhe assegura, tornando-se, com a reforma ministerial que lhe foi imposta, dependente do PMDB e fantoche do seu criador, o qual, sem cerimônia e falastrão, opina e se faz obedecer tanto no Governo, quanto no PT.
Como é terrível ter de reconhecer que, no Brasil, quem governa é teleguiada por absoluta falta de competência administrativa; que o Parlamento, com frequência abusiva, é transformado em balcão de negócios, onde a mercadoria negociada é a troca de apoio por obtenção de vantagens, ocasiões em que, olvidando a vergonha, a honestidade e a dignidade, jamais são levados em consideração os legítimos interesses nacionais; e que, até no Judiciário, o TSE é presidido pelo Ministro Toffoli, cujo saber jurídico é nitidamente inferior ao dos seus pares, ficando isso demonstrado quando do mensalão, oportunidade em que, possivelmente induzido pela gratidão, portou-se como se ainda fosse advogado do PT.
O Brasil é o país da incoerência ! Sendo o Governo Dilma o grande responsável pela crise que sufoca os brasileiros, face haver gasto de maneira perdulária e leviana, praticando absurdos, com o objetivo de se reeleger, entre os quais as já famosas pedaladas fiscais, com o deliberado propósito de, pela burla, mascarar o imenso déficit nas Contas Públicas, obteve do Congresso, como se dolo nenhum houvesse praticado, a aprovação da DRU para o exercício de 2016, podendo novamente, com a mesma notória incompetência e enrustida má fé, a seu bel prazer, dilapidar os recursos espoliados de todos nós cidadãos contribuintes.
Tratarei agora de um assunto difundido pela mídia e que se tornou tema de especulação nacional, envolvendo o Exército Brasileiro. O assunto, difundido em todas as mídias, foi referente a uma entrevista proferida pelo Sr. Gen. Ex. Antônio Hamilton Mourão, então Comandante do Comando Militar do Sul e que motivou a sua exoneração do aludido Comando, punição imposta pelo Comandante do Exército, o Sr. Gen. Ex. Eduardo Villas Boas.
Não conheço pessoalmente nenhum dos dois Generais, mas, os sei brilhantes oficiais, ambos merecedores do respeito e da admiração dos pares e dos subordinados. Desconheço em que nível o assunto foi tratado e as razões de cada um. Sei apenas que o Comandante do Exército discordou da entrevista do Gen. Mourão, bem como não teria assimilado o fato de haver o Gen. Mourão aceito que, em uma Organização Militar integrante de sua área de Comando, fosse homenageada a memória do Coronel Brilhante Ustra, recentemente falecido.
Como apenas ao Comandante do Exército cabe falar em nome da Instituição sobre assuntos institucionais, é possível que por ser ele fiel ao princípio de que autoridade, liderança e comando não se dividem, decidiu punir o Gen. Mourão, não tendo praticado com a sua decisão nenhum arbítrio, violência ou abuso de autoridade.
Tendo lido a entrevista, afirmo com ênfase concordar com as assertivas do Gen. Mourão, assim como também concordo e achei ser um dever de justiça a homenagem póstuma prestada ao Coronel Brilhante Ustra que, heroicamente injustiçado, lutou com destemor contra a doença que lhe consumia a vida e contra a perseguição cretina dos apaniguados do Governo Dilma e dos parciais e facciosos membros da CNV, que de tudo tentaram para desmoralizar e desacreditar a sua biografia, como dedicado Comandante do DOI/CODI de São Paulo (OBAN).
Acredito haver o Gen. Mourão considerado que, hoje, a tropa não mais incorporando analfabetos, é bem mais preparada do que no passado; que a maioria estuda e todos são bombardeados pelas informações da mídia, urgindo, com maior ênfase num instante de crise nacional, que em cada Comando os subordinados sejam orientados sobre qual a posição do Exército ante os fatos noticiados.
Não tendo feito o Gen. Mourão comentários sobre o Impeachment, nem sobre assuntos de caráter político partidário, suponho que o Comandante do Exército deve ter tido uma razão não revelada, que embasou a sua decisão de punir um General de Exército do prestígio e com os atributos do General Mourão.
Confio que a punição aplicada tenha resultado apenas de uma decisão pessoal do Comandante do Exército, sem interferência do Ministério da Defesa.
Nos últimos anos, mudo, o Exército tem aceitado sucessivas afrontas impostas pelos governos petistas. Não há nas Forças Armadas clima de golpe, nem pretensão de interferir na vida política partidária, entretanto, é inadmissível aceitar calado afrontas governamentais, tais como as muitas acontecidas. Urge o momento que, com a mesma decisão e energia como foi decidida a punição ao Gen. Mourão, seja repelida nova e qualquer afronta à Instituição Exército, parta de onde partir.
É que, objetivando com o silêncio preservar o postulado da disciplina, os Comandantes anteriores tacitamente concordaram com as humilhações impostas. É imprescindível, entretanto, não olvidar que afronta não repelida macula a imagem da Instituição Exército, agride a dignidade militar, deslustra a mística da farda, e tisna o compêndio histórico das gloriosas tradições da Força.
O mais trágico, porém, é que o silêncio ante a afronta pode ser confundido ou entendido como subserviência, atributo incompatível com a ética e com o sempre ardoroso e altivo espírito militar.
Márcio Matos Viana Pereira- Cel Ref EB
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