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Vicente Alencar

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Venezuela financiou o presidente grego Alexis Tsipras


ESCRITO POR CARLOS VILCHEZ NAVAMUEL | 16 JULHO 2015 
ARTIGOS - MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO
Alexis Tsipras, que correu veloz ao funeral de Hugo Chávez em março de 2013, sempre mostrou sua admiração pelo governo venezuelano a quem considera como um exemplo “de revolução socialista comunista”.

Segundo publicou o jornal El Universal de Caracas, em setembro de 2010 o governo venezuelano, pelas mãos de Hugo Chávez, começou a financiar o movimento político do hoje presidente grego Alexis Tsipras.
O então embaixador do país bolivariano no território heleno, Rodrigo Chávez Samudio, foi o encarregado de estreitar as relações políticas e econômicas com a coalizão de esquerda radical (Syriza) que já estava nas mãos de Alexis Tsipras, assim como a deputada nacional da ala esquerda do PASOK (Partido Socialista), Sofia Sakorafa, o candidato para a presidência da região de Atenas para as regionais, Alexis Mitropoulos, e a reconhecida poetisa de esquerda, Nadia Valavani, entre outros.
O financiamento venezuelano da esquerda radical de Tsipras coincidiu no tempo com o momento no qual ele se encarregava da campanha internacional “Manos Fuera de Venezuela” (Mãos Fora da Venezuela) que, com o apoio entusiasta de Hugo Chávez e a liderança do político Alan Woods, líder da Corrente Marxista Internacional, quis ser uma “grande expressão internacional de solidariedade operária em defesa da Revolução Bolivariana”.
Segundo El Universal explica, a Venezuela começou a financiar as atividades de Alexis Tsipras na Grécia por recomendação expressa de Juan Carlos Monedero e Pablo Iglesias, hoje líderes de Podemos, ao presidente Hugo Chávez, de quem então eram assessores.
Além disso, o envio de apoio econômico se reforçou com a chegada de Franklin González à embaixada da Venezuela na Grécia, uma pessoa de plena confiança ideológica de Caracas, a quem o governo bolivariano apresentou como “um homem do processo, esquerdista de anos e sociólogo”, que após ter desempenhado seu trabalho no Uruguai e Polônia, “estaria disposto a ajudar a robustecer economicamente os protestos e manifestações que estavam ocorrendo na Grécia contra a União Européia, o Euro e os planos econômicos sugeridos desde o FMI”.
Durante os últimos meses, e especialmente antes que começasse a última campanha eleitoral grega, Alexis Tsipras, que correu veloz ao funeral de Hugo Chávez em março de 2013, sempre mostrou sua admiração pelo governo venezuelano a quem considera como um exemplo “de revolução socialista comunista”.
Neste ponto, deve-se levar em conta dois detalhes importantes:
Por um lado, no domingo passado o presidente da Assembléia Nacional da Venezuela e primeiro vice-presidente do oficialista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, aparentou o chavismo com o partido espanhol Podemos, e com o triunfo nas eleições gregas da esquerda radical de Alexis Tsipras e Syriza. “Aí está o que aconteceu na Grécia, aí está o que vai acontecer na Espanha mais cedo ou mais tarde. Isso é o chavismo, que anda dando a volta ao mundo inteiro”.
Por outro lado, é necessário lembrar que Juan Carlos Monedero, atual número dois do Podemos, ainda não esclareceu as razões pelas quais a Venezuela, junto com outros países bolivarianos, proporcionaram-lhe, dois meses antes do nascimento de sua formação política, 425.000 euros por uma série de “trabalhos”, dos quais não há nenhuma constância e sobre os quais ele mal deu alguma informação.

Nota da tradutora:
Esse artigo foi escrito em fevereiro desse ano, quando ainda não havia acontecido as eleições municipais na Espanha, nem presidenciais na Grécia. Depois disso Juan Carlos Monedero deixou o cargo e Tsipras venceu as eleições, mas o texto é ainda muito elucidativo sobre a situação atual da Grécia.

Tradução: Graça Salgueiro

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