Todo ano o jornalista Claudio Humberto publica na sua coluna um concurso hilário. O deste ano segue abaixo:
31 DE DEZEMBRO DE 2015
O ano entrará para a História como o Ano da Mentira, em que a
presidente Dilma esqueceu os compromissos de campanha e fingiu não ser a chefe
do governo que permitiu a gatunagem na Petrobras. Ela é a grande “premiada” de
2015, um ano para esquecer, marcado também pela incompetência da oposição, que
não conseguiu liderar o desejo expresso de impeachment, segundo as pesquisas,
de quase 80% da população.
Prêmio vai para Aécio Neves (PSDB-MG) que se apequenou na crise
e relutou em assumir o papel de líder da oposição a um governo no chão.
Dilma ganhou o troféu com sua coleção inacreditável de asneiras,
da “homenagem à mandioca” à jura de “dobrar a meta” de coisa alguma.
A ex-chefe de gabinete da Presidência e amiga íntima de Lula,
Rosemary Noronha continua poupada de punição, de exposição e de explicações.
A taça, medalhas e aplausos vão para o juiz federal Sérgio Moro
e para os membros do Ministério Público Federal, representados na premiação
pelo procurador Deltan Dallagnol, que afligiram corruptos poderosos do País.
A medalha de Ensaboado do Ano é do senador Renan Calheiros que,
em 2015, repetiu a proeza de escândalos passados, mostrando mais uma vez que é
possível até se aproximar dele, mas jamais agarrá-lo.
Prêmio hors concours vai para o poderoso chefão Lula, que,
apesar dos aliados, ex-ministros e até filho enrolados, escapa de fininho
tratado por “informante” ou “testemunha”, mantendo-se longe da prisão.
A medalha de ouro é do presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), aquele que jurou não ter contas na Suíça e depois, pego na mentira,
disse não ser titular, mas apenas “beneficiário” da grana.
Condenado no mensalão e preso novamente na Lava Jato, José
Dirceu manteve-se calado, enquanto o ex-chefe Lula, a quem tenta proteger,
passava a defender sua expulsão do PT.
Troféu vai para o governo Dilma, incluindo a chefa, seus
ministros, aspones e apoiantes, que, como o personagem criado pelo saudoso
Chico Anysio, mentem e nem dão sinais de rubor.
O troféu será entregue esturricado a Joaquim Levy, aquele que
aceitou ser ministro da Fazenda por pura vaidade, fingindo acreditar que Dilma
queria mesmo fazer ajuste fiscal, e acabou “fritado”.
O troféu de 2015 vai para o banqueiro André Esteves, cuja a
imagem” rapidamente desmantelada pela Operação Lava Jato, numa prova de que é
mole ser de “prodígio” à sombra do poder petista.
Vai para a Kátia Abreu, que desperdiçou ótimo vinho italiano
jogando-o no rosto do senador José Serra (SP). O prêmio é da ministra
Agricultura, mas quem levou a taça foi o tucano, que a chamou de “namoradeira”.
Deve ser entregue, às escondidas, ao ex-ministro da Saúde
Alexandre Padilha, que não pode freqüentar bares e restaurante sem ser xingado
de tudo o que não presta, inclusive de petista.
Após dar uma banana para o PSB e fundar o Rede, a ex-senadora
Marina Silva tomou chá de sumiço para não ter de falar sobre impeachment e nem
mesmo para se posicionar sobre o crime ambiental da Samarco.
O deputado Leonardo Quintão (MG) teve a liderança de bancada
mais rápida de 2015: uma semana. Destituiu Leonardo Picciani (RJ) com ajuda dos
opositores ao governo Dilma, mas dias depois virou ex.
Primeiro senador preso durante o mandato desde a
redemocratização, o líder do governo, Delcídio do Amaral (PT-MS), foi
abandonado por seus pares e não recebeu visitas desde a prisão em 25 de
novembro.
A carta de Michel Temer à presidente Dilma não deve em nada à
carta de amor enviada pelo escritor britânico ao Lorde Alfred Douglas.