INSTITUTO BRASILEIRO DE DIVULGAÇÃO LITERÁRIA
CONSELHO AO MEU FILHO
Dinorá Tomaz Ramos +
(Sobral - Ceará)
Escuta, filho, busca não sofrer
decepções que a vida distribui
com este amargo e forte padecer,
pois isto a ser feliz não contribui.
Pelo contrário, sem esmorecer,
com calma e altivez, já se conclui
tua fé inabalável no poder
d'aquele que a tua força constitui
A fraqueza molesta e entíbia,
afastando da meta procurada
aquele que se altera e ressabia,
de inteligência desorientada.
Jamais na terra alguém se ludibria
se tem em deusa fronte repousada.
A luz do conhecimento
Dai-nos, Senhor, neste dia;
Conduzi-nos ao caminho
Da vossa sabedoria.
Dai-nos pronta inteligência
para seguir a verdade;
Enchei-nos de fortaleza
de conselho e de piedade.
Dai-nos o santo temor,
Para que todos os dons
Tenham em nós boa acolhida.
Vinde, espírito de Amor,
e levai-nos a Jesus;
Caminho, verdade e vida.
SONHADOR
Eduardo Fontes
(Da Academia Fortalezense de Letras).
Sou um ser deslocado
no tempo e no espaço:
não gosto de futebol,
carnaval, etc e tal!
Gosto, porém, do que outros
não gostam: música clássica,
balé, ópera, arte de um modo geral!
A poesia é meu guia,
o meu fadário!
sou assim:
um ser deslocado,
talvez tresloucado,
movido a ideal
que faz do sonho um fanal!
LUA CHEIA
Linhares Filho
(Da Academia Cearense de Letras)
Recebo com alegria
belo livro em que me espelho.
Cheio de lua, alumia:
trovas de César Coelho.
Sinto que agora clareia
andanças e marinhagens
o Canto da Lua Cheia,
luz de líricas viagens.
Ao clarão do plenilúnio
do Canto desse poeta,
suaviza-se o infortúnio,
e a vida quer ser completa.
Ouço-o, e ressurge em meu peito
a lua da minha terra,
vislumbro os meus e os estreito
com o dulçor que o astro encerra.
MINAS
Marly Vasconcelos
(Da Academia Cearense de Letras).
os santos dedilham terços
com lábios quase cerrados
(um sobrado de azulejo
uma mulher e um bordado)
os santos em penitência
têm os joelhos marcados
(um sobrado de azulejo
uma mulher e um bordado)
os santos choram e lamentam
na sala morta, fechada
(um sobrado de azulejo
sozinho - abandonado).
CANINDÉ
Vicente Alencar
(Da Academia Cearense da Língua Portuguesa).
Canindé,
aos pés de tua abençoada Basílica
repousam as esperanças
dos desafortunados
e, também, filhos de Deus.
Os esquecidos pelos Governantes,
as vítimas da seca inclemente,
os que nasceram em hora errada,
os que vivem sem saber porque.
Aqueles não sabem,
que problemas seus,
são, também, meus,
são, também, vossos.
São nossos.
Canindé,
aos pés de tua abençoada Basílica,
soam lamentos,
soam gemidos,
soam preces,
dos não lembrados pela sorte.
A reza, a fé, o terço,
a mensagem, os lábios secos, em oração.
Os olhos, já doentes,
que pedem atenção.
O corpo, coitado, martirizado,
que pede perdão
sem saber de que.
Em toda a vastidão da fé,
em todo momento de oração,
São Francisco
faz o que pode.
com suas bençãos e sua força,
pedindo a Deus por todos.
Leia e divulgue os autores cearenses,
mostre que o Estado do Ceará também
tem seus valores.
LEIA OS AUTORES CEARENSES:
Livro:
COLETÂNEA DE TROVAS
Editado pela UBT Fortaleza
1997.
Livro:
CANCIONEIRO DE MIM.
Autor: Eduardo Fontes.
Expressão Gráfica.
2012.
Livro:
A ESTRELA AZUL E O ALMOFARIZ.
Autor: Horácio Dídimo.
Editora: Imprensa Universitária.
Programa Editorial da Casa de José de Alencar.
1998.
Coordenação do IBCL: Jornalista Vicente Alencar.
vicentealencar25@yahoo.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário