No momento em que agentes da Polícia Federal entravam no gabinete da presidência da República em São Paulo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, estava em Fortaleza. Foi chamado às pressas a Brasília, para uma reunião com a presidente Dilma e depois enviado a São Paulo para apurar o teor da Operação Porto Seguro. Clima na instituição é explosivo.
Ainda que este seja um desejo de vários delegados e agentes federais, a Polícia Federal, no Brasil, ainda é uma instituição subordinada ao Ministério da Justiça. É o ministro, por exemplo, quem escolhe o superintendente da PF, que não tem mandato fixo e, portanto, não desfruta de independência completa.
Portanto, em última instância, o chefe da Polícia Federal é o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ontem, no momento em que agentes da Polícia Federal entravam no gabinete da presidência da República em São Paulo, Cardozo estava em Fortaleza, onde participava de um encontro de ministros da Justiça do Mercosul.
Foi chamado às pressas a Brasília, para uma reunião com a presidente Dilma, que não havia sido informada sobre o teor e o alcance da Operação Porto Seguro, um caso explosivo que ronda o ex-presidente Lula. Em seguida, foi enviado a São Paulo para levantar informações sobre o caso, junto ao diretor-geral da PF, delegado Roberto Troncon.
Cardozo poderá reproduzir o discurso do ex-ministro Marcio Thomaz Bastos, de que a Polícia Federal é uma instituição republicana , de Estado e não de governo. Mas o fato é que tanto ele como a presidente não estavam devidamente informados sobre uma operação tão delicada. E isso num momento em que há uma queda-de-braço entre a PF e o governo federal – delegados e agentes entraram em greve recentemente, pedindo reestruturação da carreira, mas o Ministério do Planejamento não cedeu às pressões.
Hoje, o clima na instituição é explosivo. E o deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP), egresso da PF, recolhe assinaturas para uma CPI da instituição. É preciso abrir a caixa-preta da Polícia Federal , diz ele, que tem o apoio do sindicato da categoria. É preciso reestruturar urgentemente as carreiras internas da PF , diz Francisco Garisto, ex-presidente da Fenapef. Hoje, o clima entre agentes e delegados é tenso e vai acabar morrendo gente lá dentro , avisa.
Fonte: Brasil 247
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