MOTOCICLISTAS NO TRÂNSITO
Celina
Côrte Pinheiro
O
número de motos no Ceará cresce a cada dia. Isto não surpreende, pois se trata de
um veículo de custo acessível, dimensões reduzidas e com deslocamento ágil,
elemento importante, sobretudo nas grandes cidades que sofrem com os
corriqueiros engarrafamentos. Segundo o DETRAN, há no Estado do Ceará 867.881
motos, sendo 675.662 motos no interior e 192.219 na capital. Apenas 158.116
motociclistas são habilitados com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH),
categoria A. Estes números são preocupantes visto que no Brasil, enquanto 6% a
7% dos acidentes com automóveis produzem vítimas, naqueles envolvendo motos,
esta proporção oscila entre 61% e 82%, de acordo com o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA). O grupo etário mais comprometido se encontra entre
15 e 39 anos.
No
período compreendido entre
2002 e 2011, o número de motociclistas mortos no trânsito cearense passou de
258 para 761, o que significa um aumento de 195%. No ano de 2011, a
estatística do DETRAN-CE revelou que, entre as vítimas fatais em acidentes no
trânsito, 44,47% eram motoqueiros ou garupeiros. Entre as vítimas não fatais,
com ferimentos de leves a graves, a proporção elevou-se a 60,45%.
Vias
inadequadas para a crescente utilização deste veículo e o desrespeito de que
são vítimas em um trânsito desumanizado aumentam os riscos para os
motociclistas. Contudo, muitos desafiam as regras de trânsito e a própria
sorte. São afoitos, negligentes com a legislação do trânsito, vítimas de
sobrecarga de trabalho, fazem uso do álcool e/ou drogas psicoativas, sem se
preocupar com a gravidade dos
traumatismos a que se encontram sujeitos. O capacete, um dos itens de
segurança, nem sempre presente e de boa qualidade. É oportuno lembrar que nossa
vulnerabilidade não se concentra apenas na cabeça, guardiã de uma porção nobre do
organismo. Ela se estende por todo o corpo. Não há partes sem importância. As
lesões em membros e no tronco também podem produzir grave incapacidade,
temporária ou permanente, e até o óbito. Os motociclistas devem ser
conscientizados quanto aos riscos a que se encontram sujeitos, pela exposição
de qualquer segmento corpóreo.
Na
tentativa de redução de acidentes, é importante que os motociclistas utilizem
capacete e roupas adequadas, evitem ziguezaguear nas rodovias, respeitem a
velocidade, evitem subir nas calçadas ou realizar ultrapassagens inseguras e
não se arrisquem na perigosa combinação álcool e trânsito. As leis de trânsito
são benefícios criados para organização do tráfego e proteção da população.
Quando obedecidas e associadas à cortesia no trânsito reduzem o número de
vítimas, sobretudo aquelas mais vulneráveis (motociclistas e pedestres). Nossas
estatísticas podem melhorar.
***
Fortaleza, 28/10/2012
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