MORRER DE AMOR
Giselda Medeiros
(Da UBE-CE)
Deixa, amor, que eu repouse nos teus braços,
E durma um instante apenas neste braço.
Deixa que eu me sinta um pouco criança,
Para sonhar meus sonhos de esperança.
Deixa, amor, eu me aquecer ao teu regaço,
Tirar o enfado do meu corpo lasso.
Deixa, num instante só, as minhas âncias
Dormirem soltas, sem desesperanças.
Deixa, amor, pois, no corpo, eu sinto o frio
Da solidão agasalhar minha alma,
E tremo e choro e me suplicio.
E quanto mais eu tremo, maior a calma
Que encontrarei em ti, no teu regaço!
Deixa, amor, que eu morra, enfim, no teu abraço!
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