APRENDER A LER E LER PARA APRENDER
Genuíno Sales
O aprendizado da leitura constitui fator da maior
importância para construção da pessoa como cidadão. Quando ensinamos uma pessoa
a ler, indicamos-lhe o caminho mais próximo para libertação.
Houve época em que a meta da educação básica era “o
aprender a ler”; agora a ênfase é dada “ no ler para aprender “. É sabido que
aprender é um gesto unilateral de vontade do aprendiz. É por meio da leitura
que o educando adquire conhecimentos de todas as matérias. É importante que a
leitura seja bem orientada para que o leitor alcance o sentido de suas
principais funções relacionadas com o cognitivo, o afetivo e com o estético.
Os antigos afirmavam que mais valia ser corrido do que
ser lido. Hoje temos a consciência de que as duas qualidades são importantes
.Recebemos a lição do turismo que é modernamente contemplativo e conceptivo.
A aquisição de conhecimentos científicos e de informações
variadas, a respeito de todos os fatos relacionados com a vida, contribui para
o desenvolvimento da inteligência do ser humano na sociedade em que vive. É a
função social da leitura que engrandece
o homem como ser eminentemente comunicativo. O desenvolvimento material e
social de um povo depende dos hábitos de leitura por ele praticados.
O hábito da leitura enseja diferenças marcantes que devem
ser consideradas. As pessoas que não lêem tendem a ser rígidas em suas idéias e
ações e a conduzir suas vidas e trabalho pelo que se lhes transmite
diretamente. A pessoa que lê abre o seu mundo, pode receber informações e
conhecimentos de outras pessoas de qualquer parte.
É indispensável que o leitor tenha a consciência de que
ler não é apenas um procedimento técnico para decodificação das palavras. A
leitura é um procedimento lingüístico que se serve da língua como instrumento
de realização do pensamento e das idéias. A leitura é, portanto, um meio de
garantir o significado para compreensão dos conteúdos lidos. Compreender a
leitura é alcançar a relação constante entre o significante e o significado.
Na escola, o ensino da leitura deve ser orientado no
sentido de que por meio dela o educando descobrirá que a cultura vive no
silêncio das páginas dos livros que representam a garantia de que a leitura
jamais será substituída totalmente pela imagem, pela palavra gravada e pelo
acúmulo mecânico de informação. O livro será insubstituível na criação
intelectual do homem. Castro Alves tinha razão quando afirmou:
“ Oh! Bendito o que semeia / Livros... livros à mão
cheia,
É manda o ovo pensar! / O livro caindo na alma
É gérmen, que faz a palma / É
chuva que faz o mar”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário