SÉCULOS TRAZEM NOVIDADES
Às vezes enterram razões, que nascem serpentes.
Uma lídima cultura, pilar de tudo o que temos feito, criado e construído e pensado foi-nos outorgada, principalmente, pelos gregos e latinos.
Heródoto calou-se. Cícero desapareceu. Aristóteles, Platão desceram ao limbo, em companhia de tantos.
Reportando-nos, especialmente, ao patrimônio cristão e, mais especificamente, ao católico, percebe-se um hiato crucial das fontes originais dos escritos, que nos legaram tanto a Doutrina quanto a Tradição.
São Jerônimo, Tomás de Aquino e outros afiguram-se postos no ostracismo ou desafetos ou anacrônicos. A Tradição aparenta ‘transmudada’ em tradicionalismo ou museu para ser rejeitada.
Com tal ‘insinuação’ cultural, outra cultura se levanta. Vozes aventureiras ‘vulgarizam’, desdivinizam o Cristo, com ares insulsos de humanismo. A hipermodernidade espalha-se, sorrateira e insana, também pelo sagrado: analisem-se, com imparcialidade, competência e respeito, muitos escritos e muitas homilias, que lastreiam o sagrado, hodiernamente; ressalvadas honrosas exceções, parecem mais opiniões e palavrórios do que o próprio Cristo e, mesmo, o vernáculo surge eivado de erros crassos, ouvido, porém de difícil compreensão.
A contingência humana relega o céu às vicissitudes da criatura humana. A linguagem ‘deve’ ser humana e ‘agradável e ajustada ao contexto atualizado vernacular’, pois Cristo se fez humano, é o que põem como justificativa.
Será uma nova Alexandria, renascendo o seu Ário?
Estamos secando o poço. Com a morte do latim morreu, talvez, a parte basilar de nossa cultura humana e, sobretudo, cristã. Não poucos que tentam citar ou escrever o latim, (com tristeza ouço e leio) fazem-no, erroneamente.
Os poucos, que ainda restam, estão indo embora e o terreno aventureiro abriga todas as ideias vagantes, vacantes os esteios da historicidade cristã.
Joseph Ratzinger, depois Papa Bento XVI, exortou: “Uma Igreja redimensionada, com menos seguidores, obrigada inclusive a abandonar boa parte dos lugares de culto que construiu ao longo dos séculos. Uma Igreja católica de minoria, pouco influente nas decisões políticas, socialmente irrelevante, humilhada e obrigada a “voltar às suas origens”. Entretanto, também uma Igreja que, por meio desta enorme sacudida, reencontrará a si mesma e renascerá “simplificada e mais espiritual””.
Dom Henrique Soares escreveu: “A Igreja de Cristo é Santa! Mas esse catocismo mundano, esse catolicismo frouxo, esse catolicismo que vive correndo para agradar o mundo, vai se acabar!”
A solidão, a pobreza, as limitações humanas têm ânsias da Transcendência de Deus, o mundo não preenche o coração, tampouco satisfaz às exigências da mente.
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