CLUBE DOS POETAS DE FORTALEZA
Corpo moldado,
nas entranhas de minha mãe,
Traz o feito de grande amor.
De duas células que se misturam
Venho eu, filho de Deus e do amor
Subindo, sempre subindo
Aterrisso no primeiro ‘plateau’
Infância alegre, travessuras
- Sapeca e traquinas –
Primeiro olhar que nunca me sai
Subindo, sempre subindo
Eis um segundo ‘plateau’
Adolescência, independência
- Paixões, passagem atrevida –
Colore-me anos de infância
Subindo, sempre subindo
Chego a um terceiro ‘plateau’
Adultície me inflama carinho
- Sonhos, determinação, caminho -
Soma, não subtrai nadinha
Subindo, sempre subindo
De um novo ‘plateau’
Diviso o pôr do sol
- Missão cumprida –
Gratidão a cada plateau galgado
E assim continuo subindo
Subindo, sempre subindo
No peso do corpo a leveza d’alma
Nas fímbrias da vida, as fases se integram
Uma e todas me fazem o que sou.
Infância, eu te agradeço
Adolescência, estás inda comigo
Adultície, não te deixo nunca
Maturidade, qual nome tu sejas,
De meu surrado, porém jovem e querido corpo
Sou viajor
No tempo
Não do tempo
De cada ocaso anunciado
Vai nascer
Um amanhecer previsto
Albor chegando
Fúlvido fio matreiro
Irrompe e augura no espaço
Já não estou
No ontem.
Ele efetivo passou
O presente
Me fascina
Do passado me ensina
O amanhã imagino
Até que o construa
Com dores, alegrias e amor
O presente será passado
Parido seu filho
No colo do futuro
Sou viajor
No tempo
Não do tempo
Quando último ocaso
Me vier acolitar
Nascerei noutro lugar
A fé me levará
Nos braços da esperança
Um sonho me desperta,
Desperta-me um sonho.
Ele está cheio de mim,
Lençol, toalha, sandálias.
Ousado e atrevido,
Nada oculta de mim.
Eu levo um sonho,
Não me leva ele.
Enfrento tempestades,
Atravesso correntezas
Sonho vivo
Vive em mim.
E eu nele me transformo,
Marcha uníssona.
Alimento-o,
Não me devora.
Prezo-o,
Dele me arvoro
Com vigor,
Firme, segue-me
Não o deixo,
Nem ele me prende.
Levo-o livre
Como livre eu sou
Livre eu vou
Livre
Sou e vou
Decidido por liberdade,
Louros me adornam.
Batalha ganha,
Se Deus não é Princípio,
Que mente nos gerou,
Que poder nos ergueu?
Se Deus não é Princípio,
Que mente prodigiosa
Fez maravilhas tão lindas?
Se Deus não é princípio
quem esculpiu da natureza a beleza
E ao homem tanta perfeição outorgou?
Se Deus não é Princípio,
Quem cria?
Quem encontra?
Quem zela?
Se Deus não é Princípio,
Sem princípio não há fim
Sem fim não há começo.
Ó arrogante mente humana,
encastelada em teu orgulho,
triste fim sem princípio
Nada mais que limites
fragilidades estreladas
nada mais que zorra,
imaginação e caos.
Na tua força,
Vã e inútil oboé,
conheces, choras,
E te manipulas
O orgulho desfralda
Despreza,
Pirraça.
Subverte.
A terra te retorna
humilhado, fulminado
Identidade ao lixo
perfil minado
Só um Princípio
Inteligente e capaz
Faz jus ao amor
Faz sorrir a vida.
Deus, ó Deus, se não existes,
Sou um apenas fantasma
No caos irrisório de mim mesmo
Vagando em ilusórios vãos.
Deus, ó Deus, se não existes,
Sou matéria triturada
Infeliz ter nascido
Para desmilinguir em tétrico abraço da morte
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