Registros históricos originam-se com D. Manuel I (1469 - 1521), rei de Portugal e do Algarve, intitulado o Afortunado, o Venturoso e o Bem-Aventurado. Fosse hoje, talvez recebesse a alcunha, também, de o Deslumbrado, devido suas fascinantes ostentações.
Pois bem. Quando ninguém na Europa supunha existir no mundo animais de enormes portes, forças e aparências consideradas exóticas, aquele monarca obteve informações a respeito.
De pronto, ordenou a vinda, trazidas da Índia, de feras com tais características para exibição na Corte.
Tempo depois, desembarcaram em Lisboa vários espécimes. Dentre eles, um gigante rinoceronte e mais alguns elefantes.
Logo, o soberano determinou a realização de inédito evento público capaz de emocionar a população lusa.
No Terreiro do Paço uma luta marcaria a chegada dos desconhecidos bichos. Contenda programada, reunindo o embate do único rinoceronte com um dos elefantes recém-chegados, foi marcado.
No dia e hora aprazados, local completamente lotado por espectadores, os dois paquidermes foram colocados frente a frente.
Ao se deparar com o rinoceronte, o elefante apavorado fugiu errático, causando pânico nas ruas de Lisboa e destruindo tudo encontrado pelo meio.
D. Manuel, o Venturoso, não se impressionou com o desastrado acontecimento e os prejuízos pessoais e materiais acorridos.
Sempre maravilhado, decidiu engrandecer o desenvolvimento do país para os nacionais e a Europa, criando grandiosos feitos internacionais com a participação dos irracionais importados.
Assim, não se abateu com a desastrada fuga do trombudo selvático e planejou novos espetáculos dedicados aos lisboetas, aos romanos e, em especial, ao Papa Leão X (1475 - 1521), Giovanni di Lorenzo de Medice, o último não sacerdote eleito para o papado.
Próxima semana, a curiosa vida heroica e a morte prematura do Rinoceronte I europeu.
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