28.12.2023
- Você viu a airosidade da lua a dançar nos céus?
Foi um dos Natais mais festejados pela irmã lua, diria Francisco de Assis. José não precisaria mais de um lampião, pois a dança amorosa da lua invadira aquela humilde gruta.
Ah! Gruta ou estrebaria? O importante é que sua escuridão rompeu.
Aquele inusitado momento passara despercebido pelo mundo, pela própria circunstância histórica do censo em Belém e não porque José e Maria fossem pobres miseráveis, nem porque mendigassem, pois José era trabalhador incansável e assumira, firme e seriamente, a responsabilidade de garantir o necessário à sua família.
Belém estava superlotada. E Deus designara aquela ocasião para o nascimento de Seu Filho, como uma pedagogia evangélica, uma mensagem do céu, de humildade, de simplicidade e de resiliência.
“E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo” (Mq 5,1).
A ternura, o carinho e o amor de Maria e José, enquanto aqueciam o ambiente, rodeado de singelas rudes criaturas, protegiam o querido e amado Filho de Deus, no qual Ele pôs toda a sua complacência.
Na pequenez daquele silêncio tugurial, o Criador do Universo vem a todos nós, rasgando todo orgulho, quebrando toda vaidade e alçando a fé e a simplicidade de Maria e José: não há maior dignidade humana do que sentir-se filho amado de Deus e seguir Seus mandamentos!
A lua iluminou a escuridão da noite. Todos puderam ver o Caminho, a Verdade, a Vida: vida para poder caminhar e caminhar sob o influxo da Verdade e não de meras certezas e não de prazeres de ouropéis da carne.
Deus nunca ilude, nem se curva a quaisquer vicissitudes e pretensões humanas, venham de onde vierem.
É a fé que dá à razão a coragem de pensar e a determinação de seguir.
Procedamus in pace!
(Pierre Nadie)
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