LITERATURA & CIA
A nobreza da dignidade da criatura humana vem da grandeza do livre-arbítrio. Não me perguntem qual o seu conceito, pois a própria pergunta já dele deriva. E esse pequeno trecho é dele inspiração, de que me permite exercitar.
Pode-se falar mil ideias, pode-se discordar, porém o fático de tudo isso é nele, dentro dele e por ele que acontece, mesmo o destino ou o acaso se teu livre-arbítrio desposar.
O livre-arbítrio pode ser a espada de Dâmocles ou o velocino de ouro, pode trazer a bravura de Alexandre, a beleza de Elisabeth Taylor, a sonoridade de Tchakowski, a suavidade de Bethoven, de Mozart, a sustentação dos Mecenas, os delírios de Ulisses, a crueldade de Hitler, a paranoia de Stalin, a serenidade de Francisco de Assis, o empreendedorismo de Thomas Edson, enfim, a liberdade da democracia e a tortura da ditadura.
Faz-nos ele crer na crença ou na descrença, na graça ou a desgraça.
Esgarça nossos pensamentos, define nossas atitudes.
Instintos partilhamos com outras criaturas, todavia, enquanto o cio as domina e dirige, é o sim apanágio da criatura pensante.
O amor ou a paixão, o desespero ou a esperança, a alegria ou a tristeza, o copiar ou criar podem ser esboços do corpo, porém, são decisões da razão.
O sentido da vida é uma escolha pessoal. Bater-se por ele é realizar sonhos, é ter coragem e audácia ou então, deixar-se levar, na covardia dos vencidos. O nome do livre-arbítrio é teu conceito e as limitações, que nos surgem, não são devaneios de ocasião, nem dele negação. Exercitam-nos o poder de ser e fazem-nos navegar na visão de mundo que construímos, inda que estouvadas e estranhas incursões esdrúxulas tentem cercear-nos o agir. Enfim, somos todos seres sociais e sofremos, mutuamente, influências doutros valores, doutros ideais, doutas doutrinações.
Manipulação e alienação, bem e mal, omissão e ação, dúvida e fé, falam de determinação ou de imposição. Podem tolher a liberdade de estar, mas nunca a liberdade de ser. Além disso, se delegamos nossa vida ao destino ou ao caos, ao niilismo ou ao acaso, transferimos-lhes a responsabilidade de nossas escolhas, inclusive nossos direitos às necessidades básicas que a vida nos assegura. Renunciamos ao exercício de nossa própria humanidade e o fazemos porque temos o livre-arbítrio. Abortamos nossa humana cidadania.
O cuidado de mim, a busca da felicidade torna-se angustiada refrega angustiante.
E os passos, que poderiam ter sido diferentes e as conquistas, que poderiam ter acontecido, perdidas para sempre, no cemitério das desilusões.
‘Cada um sabe onde o sapato aperta.”
“Quem sai na chuva é para se molhar.”
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