RIO JAGUARIBE
Vicente Alencar
(Da União Brasileira de Escritores-UBE-CE)
Ele caminha lento
e amargurado,
invadindo a Caatinga
passando os Tabuleiros,
levando esperanças
ao caboclo que acredita
na sua força.
O desmatamento de suas margens
o assoreamento de que é vítima,
a poluição
que o agride,
os dejetos que lhe jogam,
mesmo assim ele caminha,
embora devagar,
segue firme, sabendo que seu destino
é levar em frente,
o esperado desenvolvimento...
Os sertanejos
que dependem das suas águas,
das suas margens,
do seu peixe,
o respeitam...
Seus afluentes vivem
o drama do Sol,
da falta de inverno,
da ausênca de programas oficiais.
Todos querem seus benefícios,
porém,
nada lhe dão em troca.
São os exploradores,
os mesmos que fazem joguete,
joguete do seu povo, sua gente.
FIM
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