27 de Agosto de 2019
A POESIA DE VICENTE ALENCAR
CANINDÉ
Canindé,
aos pés de tua abençoada Basílica
repousam as esperanças
dos desafortunados
e, também, filhos de Deus.
Os esquecidos pelos Governantes,
as vítimas da seca inclemente,
os que nasceram em hora errada,
os que vivem sem saber porque.
Aqueles não sabem
que problemas seus,
são, também, meus,
são, também, nossos.
São nossos.
Canindé,
aos pés de tua abençoada Basílica,
soam lamentos,
soam gemidos,
soam preces,
dos não lembrados pela sorte.
A reza, a fé, o terço,
a mensagem,
os lábios secos, em oração.
Os olhos, já doentes,
que pedem atenção,
o corpo, coitado, martirizado,
que pede perdão
sem saber de que.
Em toda a vastidão da fé,
em todo momento de oração,
São Francisco
faz o que pode,
com suas bençãos e sua força,
pedindo a Deus por todos.
MADRUGADA
E a madrugada chegou
de mansinho,
sem barulho,
mas muito quente,
quente como teu sangue,
quente como meu sangue,
na intimidade
das nossas carícias
e palavras.
Que pena,
não podemos ficar juntos.
SILÊNCIO
Silêncio!
Palavra forte que, sozinha,
interrompe uma jornada.
Forte por si só
e pelo que representa.
Ao simples soar do pedido
tudo se transforma,
se modifica,
muda,
altera,
e, muitas vezes, dá lugar
a interrogações.
O que aconteceu?
Por que?
Agora?
No auditório lotado,
na classe de adolescentes,
na reunião,
mo momento de pânico,
no ofício religioso,
no martírio da doença,
nos últimos momentos,
no velório.
O silêncio as vezes dói.
(7 de Maio, dia do silêncio)
TRANSFORMAÇÃO
A voda se transforma
em pó
quando seguimos
o caminho da eternidade.
Não sabemos coimo
nem por que
isso ocorre.
Se nascemos,
poderíamos viver
muito mais.
Poderíamos ficar
duzentos ou trezentos
anos por aqui.
Assim acompanharíamos
um maior número
de mudanças.
Mas o pó
em que
nos transformamos
é a vida
que mudou.
FIM
Obrigado, um abraço.
vicentealencar25@yahoo.com.br
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