UBE RJ - XIII REUNIÃO LITERARIA 20
SETEMBRO 2017
No
Instituto Cultural Octavio Alvarenga da SNA - Sociedade Nacional de Agricultura
Avenida General Justo, 171, 2º andar, Castelo/ Praça XV. Rio de Janeiro/ RJ.
1 - PALAVRAS DA PRESIDENTE Juçara
Valverde.
2 - ABERTURA – Dyandreia Portugal –
Diretora de Assuntos Internacionais – Intercâmbio Cultural Brasil/ Argentina –
III Seminário Internacional “Encontro das Américas”– Monte Grande, Argentina.
Medalhas para os participantes –
Rachel, Márcia Barroca, Dyandreia Portugal, Celi Luz, Juçara Valverde.Já
recebidas: Jose Warmuth, Irislene Morato.
3 - COMPOR A MESA – presidente, vices –
presidentes Claudio e Gondim, Antonio Maura
Claudio – Antonio Maura, romancista,
poeta, ensaísta e o mais destacado brazilianista de Espanha, acaba de
assumir a Diretoria do Instituto Cervantes no Rio de Janeiro.
Doutor em Filologia Românica pela
Universidade Complutense de Madrid defendeu, em outubro de 1997, a primeira
tese sobre literatura brasileira em uma universidade espanhola sobre o tema El
discurso narrativo de Clarice Lispector. Entre 1982 e 1985 foi
professor visitante na Universidade Federal de Ceará e Diretor da Casa de
Cultura Hispânica na mesma universidade. Entre 2005 y 2009 foi diretor da
Cátedra de Estudos Brasileiros na Universidade Complutense de Madrid. É membro
correspondente da Academia Brasileira de Letras. Recebeu, entre outras
distinções, a Ordem do Rio Branco, concedida pelo Ministério de Assuntos Exteriores
do Brasil. Coordenou numerosas revistas e publicou cerca de uma centena de
artigos e trabalhos de investigação. É autor de libros como Piedra
y cenizas, Voz de humo (Premio Castilla-La Mancha de Conto en
1989), e Ayno y Semilla de eternidad. Recentemente
publicou o livro Cartografía Literaria de Brasil, que reúne vinte trabalhos seus
sobre diferentes aspectos da literatura brasileira.
4
– Juçara - CIA PALESDRAMA-PALESTRAMA - O TEATRO DE MARTINS PENA
Coordenação
- Cláudio Murilo Leal e Juçara Valverde
Texto
- Cláudio Murilo Leal. Elenco: Angela Guerra, Cláudio Murilo Leal, Dei Ribas,
Jose Eudes, Juçara Valverde, Lydia Simonato, Nina Fernandes, Sandra Lopes.
CIA
PALESDRAMA - PALESTRAMA
Claudio
Murilo Leal - CML
Palestrama
- Palesdrama. A palestra e a trama, a palestra e o drama.
Palestrama-Palesdrama
é uma dramatização montada como um miniteatro, somada a uma análise da obra de
um autor: dramaturgo, ficcionista ou poeta.
Nasceu
Palestrama-Palesdrama da ideia, da necessidade de juntar a explicação do
contexto histórico e diretriz estética de uma obra ao seu conhecimento como
literatura viva. Assim, nem somente conferência, nem apenas dramatização de um
texto. Mas uma simbiose que permite maior compreensão e fruição da obra de arte
literária.
O
JUIZ DE PAZ NA ROÇA, Martins Pena, ano: 1938.
Adaptação de Claudio Murilo
Leal
O
Juiz de Paz na Roça (1838) é uma peça teatral de Martins Pena (1815-1848).
Trata-se de uma comédia, em um ato de 23 cenas, primeira obra de Martins Pena a
ser representada, em 4 de outubro de 1838, no Teatro de São Pedro, pela
companhia teatral de João Caetano (1808-1863).
Atores
Angela Guerra –AG/ Gregório; Angela Guerra -AG/Manuel André; Claudio Murilo
Leal-CML/narrador; Dei –D/Manuel João-MJ; Eudes-E/José-J; Eudes/Juiz –JU;
Juçara Valverde-JV/Maria Rosa-MR; Lydia Simonato –LS/Aninha-A; Nina Fernandes –NF/Tomás;
Sandra Lopes –SL/Escrivão-E.
INTRODUÇÃO
PALESTRAMA MARTINS PENA
Cláudio
Murilo Leal
A
peça de Martins Pena que vamos ouvir hoje intitula-se Juiz de Paz na roça. A ação desenrola-se no meio rural nos começos
do século XIX, mil oitocentos e pouco.
Os
personagens refletem um atrasado estágio daquele que será o lema de nossa
bandeira: ordem e progresso. Ao abrir a imaginária cortina deste nosso
Palestrama-Palesdrama, os personagens paroquianos ajudam a entender o nível
social e econômico dos habitantes de nossas cidades da província. Já no palco, os querelantes camponeses e
pequenos proprietários trazem as suas insólitas pequenas demandas e guerras
domésticas para o inapelável julgamento e decisão do Senhor Juiz de Paz. O clima geral é de comédia, descambando para a
farsa ou o burlesco vulgar. Um riso ingênuo faz com que leitores, ouvintes ou
espectadores se deliciem sem os grandes sobressaltos que oferecem os enredos
dos dramas e das tragédias. A tradição da comédia de costumes marca a filiação
desta peça de Martins Pena. Juiz de Paz
na roça se desenrola, diria melhor, se comprime em apenas um ato.
É
uma herança do chamado entremez, peça característica do teatro espanhol que é
encenada nos intervalos, entre os diversos atos de uma peça de maior duração.
Na excelente edição organizada por J. Galante de Sousa, intitulada O teatro no Brasil, publicada pelo
Instituto Nacional do Livro, em 1960, Darcy Damasceno indica cerca de trinta
importantes trabalhos, como o ensaio de Luís Francisco da Veiga, no primeiro
número da revista Dionysos, que
nomeia Martins Pena como “o criador da
comédia nacional”. A bibliografia de Darcy Damasceno sobre Martins Pena
destaca outras importantes abordagens críticas como as de Ronald de Carvalho,
Magalhães Júnior, Sílvio Romero, José Veríssimo, Cláudio de Sousa, além de um
ensaio-bibliográfico do próprio Darcy, incluído no primeiro número da Revista
do Livro. Uma das mais antigas referências a Martins Pena é a de Ferdinand Wolf no livro O Brasil literário, publicado em 1863,
onde lemos: “Escreveu Martins Pena principalmente comédias em um ato, todas
semelhantes ao modelo dos entremeses. Descreve ele, nestas comédias, de maneira
bastante viva, os costumes e os caracteres dos brasileiros. As situações são
muito cômicas e aproximam-se bastante da farsa; os diálogos são cheios de
ditos, que revelam o espírito popular, mas cujo sal é, às vezes, grosseiro”.
José Veríssimo também escreve em seus Estudos de literatura brasileira, 1a
série, 1895, ensaio publicado pela editora Garnier, onde conceitua
taxativamente: “Martins Pena é somente um escritor de teatro”. Mas, justamente
por ser somente um escritor de teatro, Martins Pena possui as qualidades
essenciais a um autor dramático: sabe organizar uma peça, combinar as cinco
cenas, dispor os seus efeitos, oralizar com fidelidade os diálogos e demonstrar
uma rara capacidade de observação das rotinas do dia a dia, uma das características
da comédia de costumes que se identifica com a farsa por sua graça espontânea,
fácil, natural, comunicativa ao revelar sentimentos superficiais, sem
amarguras, da maioria de seus personagens. Juiz de Paz na roça praticamente não
tem enredo, constitui uma sucessão de cenas cômicas, situações burlescas
arranjadas apenas para fazer o público rir. A espontaneidade e o ingênuo
realismo das peças de Martins Pena funcionam como um documentário para o
conhecimento da época e do estilo de um teatro brasileiro ainda insipiente, que
começa a dar seus primeiros passos. Juiz de Paz na roça teve a sua estreia em
outubro de 1838, há quase 180 anos. Portanto, acionemos imaginariamente a
máquina do tempo e voltemos a esta primeira apresentação. As senhoras aqui na
plateia, vestindo longas saias que descem até o tornozelo; chapéus
criativamente exóticos, colar de pérolas, ornando feminilmente pescoços
camuflados por golas rendadas. Os homens, apesar do calor reinante, trajam
ternos escuros de pesada casimira inglesa, colarinho duro de pontas reviradas,
desfraldando uma larga gravata presa por alfinete de ouro com uma pérola
engastada. Chapéu coco sobre o joelho, a perna cruzada. Alguns, ou por miopia
ou por dandismo janota, recorrem ao pince-nez para fingir uma erudita atenção
às falas dos atores. Senhoras e senhores, estamos em outubro de 1838 – ouçamos
o que dizem Maria Rosa e sua filha Aninha, o pai Manuel João, o Escrivão, os
lavradores reclamantes e a principal estrela da peça: o Excelentíssimo Senhor
Doutor Juiz de Paz.
APRESENTAÇÃO
PALESDRAMA – O JUIZ DE PAZ NA ROÇA, Martins Pena, 1938.
CHAMAR
os atores: Angela Guerra - Gregório e Manuel André; Claudio Murilo Leal - narrador;
Dei Ribas - Manuel João; Jose Eudes - José e o Juiz; Juçara Valverde - Maria Rosa; Lydia Simonato - Aninha; Nina
Fernandes - Tomás; Sandra Lopes - Escrivão.
5
- PALESTRA – O Mistério da Obra Literária - Araken Vaz Galvão/ BA
Apresentação
Marcia Barroca, Diretora Cultural
6 - RENOVARTE – Edir Meirelles, Diretor de
Biblioteca
7 - CONCURSO INTERNACIONAL DE
LITERATURA UBE RJ 2017 –
Premiação na ABL 27/10/2017 - DAS 14:30 ÀS 18:00;
e no dia 28/10/2017, ÀS 13:30, ALMOÇO DE CONFRATENIZAÇÃO,
no Hotel Windsor Florida/ Catete – Beatriz Dutra, Diretora de Comunicação.
8
- PALESTRA – .................... – Marcus Vinicius Quiroga/ RJ
Apresentação
Marcia Barroca, Diretora Cultural
9 - FOTO OFICIAL
Juçara Valverde, Presidente
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