Crime perverso
José
estava sem namorada. Tentava conquistar algumas garotas da Faculdade e
não obtinha êxito. Era considerado um aluno medíocre, mas um bom rapaz.
Certo dia, no restaurante da Universidade sentou-se à mesa com a bonita e
meiga Beth. Conversa vai, conversa vem houve uma simpatia recíproca.
Ambos ficaram satisfeitos e marcaram um encontro no próximo fim de
semana para assistirem “Melodia Imortal”, filme sucesso da época, com
Tyrone Power e Kim Novak, dentre outros, no elenco. Viram a película,
gostaram muito, e foram lanchar. Começou naquele momento uma bela
história de amor. Ambos cada vez mais apaixonados, constantemente faziam
planos para o futuro. Ficaram noivos, as duas famílias gostaram e
marcaram o casamento para o final do ano seguinte, quando ele se formava
em Direito e ela em Administração. O tempo passou rápido. José e Beth
contraíram núpcias. Foram trabalhar na mesma empresa industrial. Os dois
mostravam muita dedicação e agradavam, plenamente, aos diretores da
Indústria. Tinham uma vida normal. Apesar dos bons salários, não
demonstravam qualquer atitude arrogante. Eram duas pessoas humildes e
prestativas. Todavia, o destino foi cruel. Beth, já grávida de 7 meses,
dirigindo-se sozinha para sua residência, no final da tarde, foi
assaltada e assassinada por dois bandidos. Morte trágica. Quanta
covardia! José muito sofreu. Como forma de amenizar a forte tristeza,
ingressou num mosteiro cristão, dedicando-se à oração e
ao trabalho realizado pelos monges. No entanto, acreditou na justiça
dos homens e nunca perdeu a fé em Deus. Infelizmente, às vezes, a vida é
assim.
Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC
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