Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

RECONHECIMENTO DE UM TRABALHO ANÔNIMO

RECONHECIMENTO DE UM TRABALHO ANÔNIMO
> Caros amigos
Remeto-lhes esta nota da coluna do jornalista Neno
> Cavalcante para o particular conhecimento dos que tenho a honra de tê-los na
> minha lista de contatos, tendo em consideração o apoio e os incentivos que tenho recebido de muitos de vocês para que eu prossiga a minha árdua (e até agora inglória) luta, contra
> tudo e contra todos, que é também de todos nós, em favor da correta e eficiente
> gestão dos escassos recursos hídricos de nossa Região. Na oportunidade, quero dizer que sou infenso a
> qualquer tipo de lisonjas à minha pessoa, pois nestes mais de 50 anos de
> atividades em nossa Região, na área de recursos hídricos, o fiz com o máximo
> de carinho e dedicação em defesa do Ceará e do Nordeste brasileiro, sem nunca ter
> pensado em qualquer tipo de retorno, de qualquer ordem que seja. Mas não posso negar que passei a vida dedicado
> a um trabalho anônimo, nos lugares mais
> inóspitos dos sertões nordestinos, em épocas de seca ou de enchentes, fazendo medições
> de vazões em rios, em situações, às vezes, de perigo, sempre com o propósito de deixar um legado de
> conhecimentos “de pura e real observação no terreno”, como dizia o
> primeiro Diretor Geral do DNOCS, Arrojado Lisboa, para os que se dedicam ao estudo
> do nosso semiárido, especialmente no que
> se refere às suas características hidrológicas que conheço, se me permitam a
> imodéstia, com bastante profundidade. AS CATASTRÓFICAS ENCHENTES DE 1985Um trabalho do maior significado no campo da hidrologia foi
> feito pelo DNOCS durante as excepcionais enchentes ocorridas no ano de 1985, especialmente no
> Estado do Ceará. Aquele Departamento Federal mobilizou duas equipes de
> hidrometristas, altamente especializadas, 
> para fazer medições de vazão em
> várias seções do Rio Jaguaribe tendo em vista 
> a construção da Barragem do Castanhão. Graças a este trabelho anônimo,
> digno dos maiores elogios, fiz uma
> correlação entre chuvas e deflúvios nos Postos Fluviométricos de Peixe
> Gordo (acima de Limoeiro), na própria seção do futuro Açude Castanhão, no Boqueirão do Cunha, na cidade de Jaguaribe, na ponte de Aracati, além 
> da seção de Iguatu. Quem sabe o que é hidrologia sabe o elevado valor
> desse trabalho feito pelo DNOCS no Estado do Ceará. O AÇUDE CASTANHÃO NÃO CONTROLA
> ENCHENTES
> Graças a esta atividade
> anônimo do DNOCS, mas de enorme e indiscutível importância do DNOCS, me foi
> possível escrever um trabalho técnico intitulado “As Enchentes no Vale do Rio Jaguaribe: Dimensões, Frequência e
> Alternativas de Controle” no qual mostrei que na seção do Boqueirão do
> Cunha (leia-se Açude Castanhão) passaram
> naquele ano de 1985, cerca de 20,9 bilhões de m³ de água. Só no mês de abril escoaram
> naquela seção do Rio Jaguaribe, nada mais nada menos do que 11.99 bilhões de m³
> de água. Notem que o “volume
> de espera” para controle de enchentes previsto no projeto daquela obra, é
> de apenas 2,3 bilhões de m³, o que
> evidência, até para um leigo no assunto, que o
> referido reservatório não controla
> enchente como afirmam (e continuam afirmando) os seus simpatizantes e defensores. Outras grandes
> enchentes no Vale do Rio Jaguaribe foram as de 1924 (19,3 bilhões de m³), 1974
> (16,8 bilhões de m³) e 1989 (9,1 bilhões de m³). Todas estas informações
> constam no livro que escrevi “A Face
> Oculta da Barragem do Castanhão-Em Defesa da Engenharia Nacional”, publicado
> no ano de 1999. Cássio
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