A caminhada
Na vida quando a estrada começa a se estreitar e, ao olhar de lado encontrarmos um abismo, é melhor respirar profundo e se possível sentar a beira do caminho.
É exatamente neste momento que começa a desmoronar o passo forte e firme, e as pernas se perdem pela caminhada, sendo necessária a utilização de uma terceira força para enfrentar a distancia.
Esta terceira força será sempre uma bengala que passa a ser símbolo de status para alguém que dez metros se transformam em mil metros.
Em outros momentos, o tempo nos prega peça maior e partimos direto para uma cadeira de rodas numa demonstração que em vida somos todos iguais e, na morte teremos odores semelhantes.
Assim a cada momento nos distanciamos da nossa juventude e começamos a descer a escada da vida com velocidade maior do que quando estávamos subindo.
Porém com precauções inerentes a perda de nossas forças e a incapacidade maior de pudermos nos defender, ai sim chegar o momento do condor, onde até as nossas risadas nos fazem sentirem fisgadas por todo corpo e pensamos com os nossos botões: eu era tão bom nisso.
Desaparece o prazer de outrora, inferniza-se a nossa noite e as lágrimas que lubrificavam os olhos fogem dando motivo a uma verdadeira seca ocular.
Passamos a caminhar por uma estrada perdida, na certeza da não existência de bons sonhos, pois de tanto se sentir velhos somos capazes de contar a noite, todos os carneiros existentes no cariri e não conseguimos dormir.
Se fizermos na trajetória da vida uma boa ação, teremos a recompensa de um auxilio, caso contraria teremos como companheira a solidão e quatro paredes como ninho.
Devemos dá um basta à velhice sofrida, devemos lutar pelo direito de envelhecer com dignidade, vamos mostrar aqueles que nos são caros que amanhã são eles que passarão por esta maratona e quem não trata bem o pai, vai curtir o fogo do mármore do inferno.
Quando você se sentir abandonado, quando a solidão buscar a conchego no seu peito,busque a vida que você se esqueceu no caminhar e se perdeu no tempo.
Quando a maré for de encontro aos teus dias, refaz o teu poder de vencer, não se permita partir e demonstre um amor que há muito não te tinham devotado.
Dr. Rafael Holanda Médico
www.rrholanda@uol.com.br
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