ADEUS, PRESIDENTE DILMA! (Post de Milton Simon Pires*, publicado no blog do Ricardo Setti)
Exma. Sra. Presidente da República, Dilma Rousseff,
Aproveitando o ensejo da aproximação do dia 18 de outubro, data que ficou conhecida no Brasil como “Dia do Médico” e que, se dependesse da senhora, mudaria de nome para “Dia do Trabalhador da Saúde”, dirijo-me uma vez mais (se Deus quiser a última) ao seu governo nesse apagar das luzes da Ditadura Bolivariana Tupiniquim.
Escrevo no Dia das Crianças – essas pequenas maravilhas de Deus, desse mesmo Deus em que a senhora não acredita, mas que hoje juntam-se aos verdadeiros médicos numa oração de esperança num Brasil livre da senhora em 2015.
Difícil seria, presidente, em poucas linhas conseguir resumir toda a desgraça provocada pelo PT na saúde pública brasileira. Eu poderia mencionar os hospitais fechados desde 2003, poderia falar nos milhares de viciados em crack vagando pelas ruas de São Paulo, nos leitos desativados, lembraria dos contratos criminosos com laboratórios fantasmas que seu ex-ministro e candidato ao governo do Estado mais rico da nação assinou para desviar dinheiro para o PT…
Enfim: a lista das barbaridades que a senhora e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, protagonizaram não tem fim.
Se eu quisesse levar esta carta para o lado pessoal, lembraria o drama que vivo como médico do Grupo Hospitalar Conceição em Porto Alegre – essa instituição que é grande demais para ser um hospital e pequena demais para ser um de seus ministérios.
Acusado de um crime não cometi, eu, como milhares de outros colegas brasileiros durante o governo PT, fui assediado moralmente, humilhado e provocado até o limite da sanidade mental, sendo mais um exemplo típico daquilo que a senhora e seus comparsas fizeram de melhor no período em que tiveram o poder – destruir reputações de opositores.
Deixo, porém, meu drama de lado para me reportar ao panorama da minha profissão no Brasil, presidente.
Não tenho dúvida alguma em afirmar que a história da medicina nesse país se divide entre antes e depois do PT.
Mais irônico, mais indigno ainda é observar que a senhora teve, e ainda tem, da parte de alguns pseudomédicos apoio suficiente para ser manifestado nesse documento chamado “Médicos com Dilma”…nessa verdadeira imundície assinada por mais de 600 ex-colegas que esqueceram tudo que aprenderam e traíram tudo que juraram para cerrar fileiras com um partido de mensaleiros, de ladrões da Petrobras, de assaltantes de fundo de pensões…
Enfim, com a ralé da classe política brasileira que formou essa organização criminosa chamada Partido dos Trabalhadores.
Esses infelizes, que não são dignos de levar um “Doutor” na frente do nome, são a prova máxima de que a ambição política e o fanatismo cego não reconhecem limites nem dentre aqueles incumbidos de preservar a vida e a dignidade da condição humana em primeiro lugar.
Quando lhe escrevi pela primeira vez, presidente, disse da guerra que a senhora enfrentaria conosco… com essa nossa classe na qual a senhora escolheu colar o rótulo de “inimigos do povo” e da qual tentou, até aqui sem sucesso, tirar dividendos eleitorais. Vejo hoje, com imensa satisfação, que o país inteiro dá as costas a esse seu governo de estelionatários, a esse seu discurso do ódio e a sua fingida indignação social capazes de fazer com que um ministro recomende ao povo comer ovos e frango ao invés de carne para controlar a mesma inflação que a senhora insiste em dizer “jamais ter sido tão baixa”.
Seu partido é hoje um fantasma de si mesmo, presidente. A senhora mesma não consegue mais se reinventar, se substituir nem se superar. Ao seu criador e chefe do mensalão, Luís Inácio Lula da Silva, pouco mais resta fazer do que dizer que “está de saco cheio”com a denúncias contra o PT. Ele que espere e se prepare para aquelas que virão quando a senhora estiver fora do governo.
Não foram os médicos que derrotaram a senhora, presidente. Não são nossos pacientes que convencemos a votar em Aécio nem as mentiras da repórter do IG sobre “castração química de nordestinos” que não funcionaram para lhe reeleger.
A senhora e seu partido assassinaram suas próprias reputações. Seu governo acabou – Adeus, Presidente Dilma!
Porto Alegre, 12 de outubro de 2014.
*Milton Simon Pires é médico intensivista em Porto Alegre (RS)
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