DE DIVULGAÇÃO LITERÁRIA
Fundado em 10 de junho de 2004
MINHA
Déa Campos Frota
(Da Terça-Feira em Prosa e Verso)
Todas as noites
eu costumava olhar
aquela estrela
e nela estavas.
Eu procurava ouvir
a tua voz
e a estrela em resposta
cintilava.
Eu amava infinitamente
aquela estrela
e muitas vezes ela desceu
até meus olhos
refletida nas lágrimas
que me acalentavam.
Vivi assim momentos
tão bonitos, tão meus,
tão ternos
pois eram feitos de sonhos
acordados...
Agora, uma nuvem cobriu
aquela estrela
e a minha vida chegou à estação
do inverno.
Chove tudo que é lembrança,
Chove tudo que é saudade
Chove realidade.
LAMENTO DO VERDE
José Lins de Albuquerque
(Ex-Senador da República)
Por que me feres tu... e me maltratas tanto?
Ontem, sem compaixão, tu me arrancaste um galho!
Mão vês que eu te dou sombra e que dou agasalho
Às aves que, louçãs, te alegram com seu canto?
Na primavera, dou-te o colorido encanto
Na primavera, dou-te o colorido encanto
Das minhas flores e, sem repouso, trabalho
Para te alimentar... e o meu hálito espalho,
Purificando o ar que respiras. Enquanto
Eras pequeno, dei-te o berço e o branco linho,
Que o sono te aqueceu... e o fruto de meu trigo,
Nunca deixei faltar, na mó do teu moinho!
Deus me fez teu irmão... sou teu pão... sou teu vinho...
E até quando a alegria e a dor bolem comigo
Sou eu que canto e choro, aos gritos de teu pinho!
É FESTA NO CÉU
(A Nive)
Neide Azevedo
(Da Academia Cearense
da língua Portuguesa).
Hoje é festa no céu...
Te imaginamos linda
vestido branco de babados e fitas
Estarás perfeita na tua imensa alegria...
Certamente haverá cantiga de viola
Certamente haverá sorrisos de danças...
Serás certamente a mais bonita
A que mais alto cantará
Te imaginamos linda
Descontraída e, como uma criança marota,
Esconderás a estrela de algum anjo descuidado...
Hoje é festa no céu...
Não pudeste nos convidar.
A viagem seria longa
Além do mais, não estamos prontos ainda...
Mas te acenamos de longe
De longe te abraçamos...
Estarás cansada mais tarde
Pois este céu é imenso,
E tu, ávida e inquieta,
Não paraste um só instante, antes da festa...
SE VOLTARES
Rogaciano Leite (Pai)
(Autor de Carne e Alma)
Como o sândalo humilde que perfume
O ferro do machado que lhe corta,
Hei-de ter a minha alma sempre morta
Mas não me vingarei de coisa alguma
Se algum dia, perdida pela bruma,
Resolveres bater à minha porta,
Em vez da humilhação que desconforta
Terás um leito sôbre um chão de pluma
Em troca dos desgostos que me deste
Mais carinhos terás do que tiveste
E meus beijos serão multiplicados
Para os que voltam, pelo amor vencidos
A vingança maior dos ofendidos
É saber abraçar os humilhados.
SENHA
Beatriz Alcântara
(Da Academia Cearense
de Letras.)
largos espaços e
naquele monte
uma azinheira
à sua sombra
o verso de
Grandola
um sobreiro
e sua cortiça,
disfarce
para a arrancada
de Vila Morena
ACREDITE! ACREDITE EM VOCÊ!
ACREDITE NO BRASIL! UM DIA ELE ALCANÇARÁ
OS SEUS OBJETIVOS!
Um comentário:
Belos poemas!
É muito bom seguir esse blog, pois aqui ficamos num verdadeiro recital. O Ceará é a Terra da Luz e dos grandes poetas.
Toni Ferreira,
Poeta e jornalista
Belém-PA
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