Nem jogar para plateia sabem!.
MUITO PROPÍCIA EM TEMPOS DE PRISÕES E TRAPALHADAS OFICIAIS
Os peritos e agentes que a ministra Maria do Rosário mandou para São Borja desenterraram os corpos errados no jazigo da família Goulart.
Ela será candidata a senadora em 2014.
Mais uma
O resultado da perícia parece já traçado, ou não ? Estilo chaves...
Por duas vezes seguidas, os peritos e agentes que a ministra Maria do Rosário mandou
para São Borja desenterraram os corpos errados no jazigo da família Goulart. Os
serviços ocorreram durante a tarde e a noite de quarta-feira, mais a madrugada
desta quinta. A missão só acertou o passo depois que foi chamado ao cemitério o
filho do coveiro que enterrou Jango, já que o coveiro propriamente dito morreu
há muito tempo. Imaginou-se, acertadamente, que o pai tinha contado a história
do sepultamento ao filho, cuja memória ajudou os peritos na hora da remoção dos
restos mortais.
Foi um vexame. Um serviço de amador. Os 12 peritos vestidos como astronautas não
prepararam o campo de provas. A ministra Maria do Rosário e o governo do PT
dispensaram a condução profissional que Ministério Público Federal e MJDH
(Movimento de Justiça e Direitos Humanos) tinham montado com peritos de renome
internacional da PUC do RS, assumindo tudo sozinha. Maria do Rosário pediu ao
prefeito a decretação de feriado e até um palanque. Ela será candidata a
senadora em 2014. Tudo foi feito em clima eleitoral. Até uma empresa de eventos
de Porto Alegre, a Capacitá, foi contratada para dirigir o espetáculo em São
Borja e Brasília. A Capacitá deslocou 5 profissionais para fazer o
serviço.
A ministra não saiu de perto do cemitério. Às 20h30, 12 horas depois de iniciados
os trabalhos, a ministra falou em tom pausado com alguns jornalistas e admitiu
que o prazo inicialmente previsto para a conclusão dos trabalhos, 15h, não
poderia ser cumprido, e o novo horário seria meia-noite. Ela negou veementemente
erros graves na exumação. Eis esta pérola da mentira oficial: “Em hipótese
alguma [ocorreram erros graves]. Houve êxito absoluto na exumação, e a demora se
justifica pelo cumprimento de um protocolo ético e científico muito
rigoroso”.
A demora levou Maria a pedir ajuda ao perito cubano Jorge Perez. Ambos
desconversaram. O cubano sabia de tudo, mas não queria se comprometer: “Pode ser
hoje ou pode ser amanhã… Nós peritos, sabemos quando começamos, mas não quando
terminamos”.
Eles foram lacônicos até o fim. O clima era de tensão. Os boatos se
intensificaram. Quem participou da exumação não pôde sair do local até as 4h da
manhã, nem mesmo os coveiros, proibidos até de falar com a imprensa.
O jazigo dos Goulart possui oito gavetas. Por duas vezes foram retirados despojos
errados. Todos os cadáveres da família estão em mau estado de conservação, e foi
impossível identificar os restos mortais de Jango visualmente. Não foi a única
trapalhada. É que, por falta de instrumentação adequada para a remoção, foi
chamado o dono da maior funerária local, que acabou acudindo os agentes do
governo federal.
Somente à 4 h da madrugada de hoje [quinta-feira] os restos mortais de Jango foram
reconhecidos, embalados e levados ao aeroporto da cidade. Eles não foram
conduzidos à base aérea de Santa Maria, como estava previsto, porque não havia
mais tempo para cumprir a programação elaborada pela ministra Maria do Rosário,
que previa recepção em alto nível por parte da presidente Dilma Roussef em
Brasília. A urna com os despojos de Jango seguiram para Brasília em avião da
FAB.
Em São Borja, muita gente pensa que podem ter ido os despojos errados.
Políbio
Braga - jornalista
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