Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

CPOETAS Edição de 02.02.2022

          CLUBE DOS POETAS

               DE FORTALEZA

          Fundado em 06 de Outubro de 2000.
      Acesso a Internet em 12 de Maio de 2010
              Mudando o Mundo para Melhor

Edição Digital
02 de Fevereiro de 2022
Editor: Vicente Alencar.
Publicação de hoje dedicada a PAULA NEY.

O notável Poeta Francisco de Paula Ney autor 
do famoso Soneto FORTALEZA o maior Cartão Postal Literário de nossa Cidade em todos os tempos.

Nascido na Cidade de Aracati em 2 de fevereiro de 1858, Paula Ney foi um dos espíritos boêmios de maior prestigio em nosso país.

Embora não tenha deixado nenhum livro publicado, teve seus Poemas, piadas, pensamentos, chistis,  publicados em Revistas e Jornais do Rio de Janeiro e Fortaleza.

Descobrindo como verdadeira Profissão a de Jornalista quando o Curso de Medicina
mostrou-se atento a todos os fatos de sua época.

Fundou juntamente com Coelho Neto e Pardal Mallet, no Rio de Janeiro no Jornal O MEIO, de curta duração, com uma objetividde a toda prova.

Também criou a Revista O ALBUM que circulou em 1873 e 1874. 

Foi Repórter e alardeou sempre com muita satisfação a sua condição de furão, tendo atuado na Gazeta de Noticias ao lado de José do Patrocinio. Por sinal foi ele quem patrocinou a vinda ao Ceará do Tigre da Abolição. Ambos defensores  da Abolição dos escravos, causa pela qual muito lutaram.

Paula Ney trabalhou também na Gazeta da Tarde, Diário de Noticias e Cidade do Rio.
Tudo isso pode ser pesquisado no livro "A Vida Boemia de Paula Ney" do escritor Raimundo de Menezes.

Ainda em Fortaleza, antes de seguir para o Rio de Janeiro, onde morreu em 13 de outubro de 1897 com apenas 41 anos, vitima de tuberculose, estudou no Ateneu Cearense, no Seminário de Fortaleza onde saiu por falta de vocação, indo para o Liceu, dali para a Cidade Maravilhosa.

Em nossa Capital naquela época foi contemporâneo de Capistrano de Abreu, Rocha Lima, Domingos Olímpio, João Lopes, Rodolfo Teófilo e Xilderico de Farias.

No Rio de Janeiro era destaque nas Rodas de Poetas como Olavo Bilac e Coelho Neto. A respeito de muitos de seus amigos cursou Medicina mas a Boemia não lhe permitiu terminar o curso.

Filho do artista Mariano de Mello Ney, também alfaiate e de Dona Carlota Cavalcante Ney. Ainda no Rio de Janeiro foi nomeado pelo Marechal Floriano Peixoto Diretor da Hospedaria de Emigrantes, cargo de que foi destituido no Governo do Presidente Prudente de Moraes. 

Quando faleceu ocupava o lugar de amanuense da Diretoria Geral da Saúde Pública, sendo chefiado pelo discutido Nuno de Andrade, pessoa que era motivo de chacota de alguns jornalistas cariocas.

Quando d morte de Paula Ney  publicou o Jornal A REPÚBLICA: "Não é talvez dizer muito afirmando que ele foi o moço mais popular do Rio de Janeiro, e um dos que melhor justificaram essa popularidade. Dotado de um talento masculo para se fazer admirado, o poeta cearense reunia todas as qualidades de boêmio, espírito em alto grau, desprezo absoluto dos pequeninos nadas, que constituem quase sempe a origem das grandes misérias humanas e um grande coração, tão grande mesmo, que para ele a amizade não será só uma virtude, era pouco menos que uma religião".

FORTALEZA
(Poema símbolo de nossa Capital,
produção imortal do poeta alencarino)

Ao longe, em brancas praias, embalada
pelas ondas azuis dos verdes mares,
a Fortaleza - a loura desposada 
do sol - dormita a sombra dos palmares.

Loura de sol e branca de luares,
como uma hóstia de luz cristalizada
entre verbenas e jardins pousada...
na brancura de místicos altares.

Lá canta em cada ramo um passarinho...
Há pipilos de amore em cada ninho,
na solidão dos vastos matagais.

É minha terra, a terra de Iracema,
o decantado e esplêndido poema,
de alegria e beleza universais!

Boa dia, boa tarde, boa noite.
Obrigado pela leitura.

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