INCENSO
Gilka Machado A Olavo Bilac
Quando, dentro de um templo, a corola de prata do turíbulo oscila e todo o ambiente incensa, fica pairando no ar, intangível e densa, uma escada espiral que aos poucos se desata.
Enquanto bamboleia essa escada e suspensa paira, uma ânsia de céus o meu ser arrebata, e por ela a subir numa fuga insensata, vai minha alma ganhando o rumo azul da crença.
O turíbulo é uma ave a esvoaçar, quando em quando arde o incenso ... Um rumor ondula, no ar se espalma, sinto no meu olfato asas brancas roçando.
E, sempre que de um templo o largo umbral transponho, logo o incenso me enleva e transporta minha alma à presença de Deus na atmosfera do sonho. |
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INCENSO
Gilka Machado
A Olavo Bilac
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