Democracia justa
A política é mutável ou dinâmica, já a moral é permanente. O importante é compatibilizar a política e a moral dentro de bases éticas que respeitem a liberdade, a democracia, a estrutura legal e a justiça social. Vale lembrar Bacon: “Como é estranho ambicionar o poder e perder a liberdade”. Alcançaremos a verdadeira governabilidade mediante o atendimento das reais necessidades e carências do povo e não fazendo concessões e acordos que possam prejudicá-lo, objetivando a manutenção do poder. A rigor, é difícil imaginar soluções para os problemas de uma sociedade; enquanto as pessoas não tiverem consciência crítica ela não evolui. Buscar um mandato eletivo ou exercer uma atividade pública significa muita responsabilidade. Por outro lado, a coerência programática e de ideias, abrangendo indicadores políticos, administrativos, econômicos e sociais, nos leva ao caminho da justiça e da liberdade. A atividade estatal deve buscar o bem comum e não a vantagem de uma minoria ou de alguns que estão temporariamente no governo. O objetivo da política, todos sabemos, é a conquista, a expansão e a preservação dos espaços de poder. O embate e os jogos dos contrários constituem a essência dos sistemas democráticos, respeitando-se os princípios éticos e morais, bem como evitando-se emboscadas e conluios. É claro que a situação socioeconômica, notadamente nos países emergentes, incluindo-se o Brasil, ainda é muito grave, porém a desejada independência e harmonia dos poderes constituídos, a liberdade de imprensa e a consciência dos direitos e obrigações das pessoas, são pontos básicos para a consolidação da democracia.
Gonzaga Mota
Professor aposentado da UFC
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