RIO E MAR
Ana Paula Medeiros
Quero ser estuário de tí.
Corre, rio, entre meus vales
E vem desaguar em mim.
Sou teu mar!
Qero tuas águas mornas
Em meio as minhas conchas.
Seremos um só
Seremos só água.
E sob a volúpia do sol,
Nos tornaremos vapor e nuvem
e, depois, caíremos exangues em freáticos lençois
E outro rio tu vais ser
E eu, mar, de novo, a te receber.
Corrre, rio, corre.
Arrasta as areias,
Faz rolar as pedras
E os cascalhos. Corre, rio, corre
E mais uma vez,
Tua carne trêmula
Diluir-se-á ao sentir
Os espasmos do mar,
em frenesi.
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