Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

terça-feira, 18 de junho de 2013

Conto do Protocolo

Conto do Protocolo

Geraldo Duarte*

O Conto do Vigário incentivou uma série infindável de truanices. Dia após dia, mais ardilosas e diversificadas. Praticadas por caloteiros e aplicados contra estúpidos ou gananciosos no desejo de obter vantagens e lucros fáceis.

O estimado e saudoso doutor Wanderley Girão, então delegado do 2º Distrito Policial, disse-me, certa feita, que quando alguém o procurava para denunciar haver caído no logro de um espertalhão, sua vontade era de prendê-lo. Tinha-o, também, por vigarista a querer aproveitar-se do outro. Para ele, ambos mostravam-se desonestos, embusteiros.

Circula, na Internet, de autor desconhecido, artigo intitulado 50 Contos do Vigário: Meios para Enganar Pessoas. O trabalho, divulgado pelo “doutor Google”, disserta sobre cada um da meia centena de logros.

Provavelmente, se o ínclito delegado vivesse entre nós, hoje, restringiria seu pensar. Isto, devido a atitudes desonestas utilizadas por alguns dos cansativos serviços de atendimento ao consumidor.

Nos reclamos, negociações, informações ou demais formas de contato, o cliente é advertido de que a comunicação é gravada, recebe um “número de protocolo” e, inclusive, pode requisitar cópia do conversado. Maravilhoso, caso não ocorra o Conto do Protocolo.

Prazo decorrido. Gravação não chegou. O cidadão liga para o SAC reclamando. Fornece o tal “numero do protocolo”. E recebe a alegação de não constar nos registros da empresa.

Como prevenir-se? Usando a técnica do falecido cacique Mário Juruna. O xavante e ex-deputado federal portava um gravador e registrava as conversações pertinentes a responsabilidades e comprometimentos.


*Geraldo Duarte é advogado, administrador e dicionarista.
Fonte: diariodonordeste.globo.com/

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