Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

BOCAS VAZIAS Juçara Valverde

  BOCAS VAZIAS 

Juçara Valverde


A cadeira da sala anda vazia. 

A matraqueira não dá na pinta.

Uma  conversa apressada repassa a Maria.

No condomínio famoso como Boca Maldita


Se outrora a rádio corredor atraía

hoje o cuidado é pouco, irrita, sinta.

A roda de bar onde de tudo se ria, esfria.

Fechasse à porta e a escuta é finita.


Tempos modernos dizem alguns.

Agora o celular entrou em ação.

O rastro de pólvora fica no ar de uns.

A maledicência espalha o sem noção.


Os inquietos esquecem os jejuns.

Vão entornado o caldo, o pirão.

Dizem aos quatro ventos segredos incomuns.

Saem dos porões, os sem história, sem visão.


Gregório é revivido como o latim

na modernidade invasora virtual

onde os escritos voam enfim.

Saem do papel num encontro pontual.

14/9/2020


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