O inquérito contra Lula é só o começo. Entenda o tamanho da encrenca
O inquérito contra Lula sobre possível tráfico de influência foi aberto pelo Ministério Público Federal na mesma semana em que foram apreendidos veículos de luxo em endereços de Fernando Collor.
Desde o escândalo do Mensalão em 2005, as suspeitas de que o ex-presidente Luis inácio Lula da Silva tinha conhecimento sobre o esquema de desvios de dinheiro dos cofres públicos para a compra de votos no congresso eram bastante fortes. José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoiino, todos do PT, seguraram a banana sozinhos e foram presos.
Hoje se sabe que o esquema do Mensalão funcionava paralelamente ao esquema do Petrolão, com desvios superiores à R$ 19 bilhões. Conforme relataram diretores da estatal que aderiram ao programa de delação premiada, os desvios na Petrobras começaram logo no primeiro mandato de Lula, em 2003.
Desde então, e graças à sua habilidade em conciliar interesses diversos, Lula tem conseguido se esquivar da justiça. É possível supor que a relativa facilidade com que conseguiu se manter impune tenha lhe dado confiança para prosseguir com outros esquemas. Eis o perigo.
Lula subestimou a inteligência de toda uma nação e isso começa a incomodar muita gente. Esta semana, passou integrar o rol de políticos que enfrentam investigações conduzidas pelo Ministério Público.
Era apenas uma questão de tempo até que surgissem as primeiras conexões comprometedoras. As evidência de suas relações com as empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato levantaram a suspeita de sua atuação nos bastidores dos negócios bilionários pode configurar a prática do crime de tráfico de influencia.
Já é de domínio público o fato de que a Odebrecht bancou, junto com outras empreiteiras – visitas a mais de 20 países realizadas pelo ex-presidente desde que deixou a presidência, em 2011.
Diante de tantas evidências, a Procuradoria da República no Distrito Federal passou a investigar formalmente a possiblidade de Lula ter usado o prestígio acumulado durante seu governo para favorecer negócios da Odebrecht no exterior.
Outro embaraço é o fato de que seu instituto recebeu uma doação de 3 milhões de reais da Camargo Corrêa, outra gigante da construção no Brasil que também possui negócios no exterior. Lula também recebeu 1,5 milhão de reais da construtora como pagamento por quatro conferencias.
A operação Lava Jato reuniu documentos que mostram que nos últimos anos lula viajou para países como Cuba, Panamá, Nigéria, Benin, Gana e Guiné Equatorial em jatinhos pagos pelas empreiteiras Camargo Corrêa, OAS, Andrade Gutierrez e Odebrecht.
Curiosamente, as empreiteiras fecharam negócios volumosos nesses países após os encontros de Lula com empresários e chefes de estado.
Outra coincidência é que entre 2003 e 2014, durante os mandatos de Lula e Dilma Rousseff, o faturamento da Odebrecht saltou de 17,3 bilhões de reais para 107,7 bilhões – um crescimento superior a 500%.
O uso de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi crucial para favorecer tantos negócios.
Nada é tão ruim que não possa piorar...
O empresário Auro Gorentzvaig, ex-acionista da Petroquímica Triunfo, fez duras acusações contra Lula em seu depoimento na CPI da Petrobras.
Em janeiro de 2010, após intervenção de Lula, a Petrobras e Odebrecht anunciaram ter fechado acordo para que a petroquímica Braskem – que era controlada pelas empresas – adquirisse a participação de 60% que a Unipar detinha na Quattor. A operação criou a maior petroquímica das Américas em capacidade de produção de resinas termoplásticas, segundo o comunicado emitido à época.
As afirmações do empresário apontam claramente o papel de Lula nos bastidores para favorecer a Odebrecht e a criação não de um cartel, como é o caso das empreiteiras investigadas na Lava Jato, mas de um monopólio petroquímico. Lula era o articulador das empresas "campeãs nacionais" e interferia no mercado com o objetivo de favorecer empresas eleitas com dinheiro do BNDES, como a Oi e Friboi.
Assim como Collor, que questionou as ações recentes da justiça, Lula também achou um absurdo o fato de ser investigado pelo Ministério Público Federal. Um outro Fernando, o Beira-Mar, também achou um absurdo o fato de ter sido condenado por seus "supostos" crimes.
Se for comprovado que Lula articulou a criação do monopólio para favorecer empresas em troca de favores e com o dinheiro do contribuinte, fatos que caracterizam uma série de crimes, o ex-presidente merece mesmo ir para a cadeia.
Em janeiro de 2010, após intervenção de Lula, a Petrobras e Odebrecht anunciaram ter fechado acordo para que a petroquímica Braskem – que era controlada pelas empresas – adquirisse a participação de 60% que a Unipar detinha na Quattor. A operação criou a maior petroquímica das Américas em capacidade de produção de resinas termoplásticas, segundo o comunicado emitido à época.
As afirmações do empresário apontam claramente o papel de Lula nos bastidores para favorecer a Odebrecht e a criação não de um cartel, como é o caso das empreiteiras investigadas na Lava Jato, mas de um monopólio petroquímico. Lula era o articulador das empresas "campeãs nacionais" e interferia no mercado com o objetivo de favorecer empresas eleitas com dinheiro do BNDES, como a Oi e Friboi.
Assim como Collor, que questionou as ações recentes da justiça, Lula também achou um absurdo o fato de ser investigado pelo Ministério Público Federal. Um outro Fernando, o Beira-Mar, também achou um absurdo o fato de ter sido condenado por seus "supostos" crimes.
Se for comprovado que Lula articulou a criação do monopólio para favorecer empresas em troca de favores e com o dinheiro do contribuinte, fatos que caracterizam uma série de crimes, o ex-presidente merece mesmo ir para a cadeia.
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