Na Hipocrisia do mundo você se descobre,
e, se encontra, quando vive um grande amor
Vicente Alencar

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

CANINDÉ PREJUDICADA EM SUA TRADIÇÃO POR "FORASTEIROS"

CANINDÉ PREJUDICADA EM SUA TRADIÇÃO POR "FORASTEIROS"


Dileto amigo
Vicente Alencar.
Tentarei resumir o meu desencanto com as lideranças e com o próprio povo canindeense. Ha muito tempo venho sofrendo por ser portador de uma doença chamada bairrismo. E sou um desses, apegado as tradições culturais e religiosas da terra que me serviu de berço.
Até 1950, a romaria em Canindé era reconhecida como a maior do Brasil. No entanto, com a passagem de alguns vigários, notadamente alemães, tudo aquilo que era costume do povo da cidade e dos romeiros foram retirando, como se rasga bruscamente as páginas de um livro gostoso de se ler.
Assim, em 1956, o vigário alemão Frei Edgar, rasurou a letra do belíssimo hino "Divino Francisco", além de modificar a melodia que era tão linda, transformando ou assemelhando-a a uma marcha marcial, que mais lembra as atrocidades do Adolfo Hitler.
Já no final da década de 60, assumiu outro vigário, também alemão e acabou com as tradicionais lamparinas no percurso das procissões noturnas. Lá em Goiás, essa tradição religiosa, ali afamada como a "Procissão do Fogaréu", já ultrapassou 300 anos...
Em 1975, assumiu o vigário Frei Lucas Dolle, tido como pertencente a chamada igreja progressista. No começo do ano de 1981, Frei Lucas Dolle viajou para Medelim, na Colombia para participar de um encontro da chamada igreja avançada. Quando retornou, ele passou a destruir todos os altares das igrejas antigas de Canindé, começando pelo altar da Igrejinha do Monte (datado de 1915), da Igreja das Dores (datado de1877) retirou o altar da Capela do Convento, uma obra de arte, toda esculpida no cedro, datada de 1796, pois tratava-se do primeiro altar da então Matriz de São Francisco. Esse altar era desmontável. Hoje não sabemos que fim levou.
Quando Frei Lucas quis iniciar a destruição dos altares da Basílica de São Francisco, o nosso saudoso escritor canindeense, seu Patrono na CLAME, Helio Pinto, tomou a frente e o frade recuou. Todavia, ainda danificou a arquitetura de dois altares laterais. Graças ao Helio Pinto ele não destruiu o Altar Mor de São Francisco.
Já agora, em 2009, o vigário de então, Frei João Hamilton, hoje substituído pelo atual Frei Marconi Lins, numa atitude insana e grosseira, retirou AS LUZINHAS da nossa suntuosa basílica, conforme mostro em foto anexo. Essas LUZINHAS, ali foram colocadas em 1926, e era um verdadeiro ícone para os canindeenses e romeiros.  Como o nosso Helio já havia falecido, eu tomei a frente pelo retorno das LUZINHAS, sem apoio das autoridades constituídas ou de outro tipo de liderança.
O povo canindeense, de tão omisso, chega a raia da covardia. Imagine se tudo isso aconteceria em Olinda ou em Salvador?
Como iniciei, a romaria de Canindé ocupava o 1º lugar até meados dos anos 50. Hoje, disputa um simplório 4º lugar com Bom Jesus da Lapa, na Bahia, perdendo para Belém do Pará, em primeiro, Juazeiro do Norte em segundo e o 3º lugar é ocupado pela romaria em Aparecida do Norte.
Como a minha terra não tem HOMEM, caio fora!
Vou tentar desfrutar com tranquilidade os meus últimos anos, neste crepúsculo de vida, aqui, em Caridade, no 
​meu 'Exílio Voluntário"..
Um abraço
Tonico Marreiro. 

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